Pegadinha: professores acusam Fetems de enganá-los para levar a ato pró-Dilma

Um grupo de professores de Ponta Porã acusa a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), de convocar trabalhadores para uma manifestação a favor da educação, em Brasília, quando na verdade, segundo eles, foram levados para ato em apoio a presidente Dilma Rousseff (PT) e contra o impeachment.

“Viemos de Ponta Porã achando que era uma marcha contra a terceirização da educação, chegamos aqui e é um ato de um grupo que está a favor da Dilma. Viemos iludidos achando que era uma coisa e na hora era outra”, afirma uma professora que não quis se identificar.

A educadora conta que a viagem até a Capital Federal foi organizada pela Fetems em parceria com a CUT (Central Única dos Trabalhadores). “Já batemos boca com integrantes da Fetems e tudo. Raiva é o sentimento que define. Vamos sair daqui e ir andar shopping”, relata.

O presidente da federação, Roberto Botarelli, disse que o encontro em Brasília é “a favor da democracia” e que melhorias no sistema de educação pública também estão em pauta. “Estamos protestando contra a privatização da educação e a reforma previdenciária e também lutando contra o golpe e defendendo a democracia”, definiu.

Botarelli afirma que uma caravana com 675 profissionais da educação e mais de 300 de outros setores estão em Brasília. Segundo o presidente, as denúncias do grupo de professores não procedem, já que todos foram comunicados sobre a manifestação em favor da presidente Dilma.

“Todos foram informados sobre os temas que seriam revindicados aqui. Tudo foi deliberado em assembleia geral da Fetems. Não podemos admitir que uma presidente legitimamente eleita seja retirada do cargo por pedaladas fiscais”, conclui.

Os servidores chegaram em Brasília por volta das 11 horas desta quinta-feira (31) e devem retornar para Mato Grosso do Sul ainda hoje. Entre as ações previstas, os participantes farão uma caminhada e à noite participarão de um ato com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).