PE registra morte relacionada ao vírus da zika em bebê sem microcefalia ou síndrome congênita
Mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da zika / Foto: Paulo Whitaker/Reuters

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) registrou a primeira morte relacionada ao vírus da zika em um bebê sem a síndrome congênita do vírus ou microcefalia no estado. Outras duas pessoas, um jovem de 16 anos e um idoso de 91 anos, também tiveram suas mortes relacionadas à doença.

De acordo com o diretor-geral de Controle de Doenças e Agravos da SES, George Dimech, Pernambuco integra, agora, estados como Rio Grande do Norte, Maranhão e Pará que também registraram a novidade. O período analisado pela secretaria corresponde entre os dias 3 de janeiro e 31 de dezembro de 2016.

O boletim com as informações foi divulgado na quarta-feira (4). Aos 2 meses, o bebê foi a óbito em janeiro do ano passado. Ainda é investigado o que, realmente, causou a morte: se foi a arbovirose a responsável ou se ela o enfraqueceu e possibilitou a entrada de outras doenças em seu organismo.

“Estamos investigando se o que levou o óbito foi o vírus da zika ou se ele tinha alguma fragilidade e baixo peso. Pode ser que tenha havido uma subnotificação porque há casos, já comprovados, de bebês que desenvolveram a síndrome congênita da zika depois de nascerem”, contou Dimech.

No caso das outras duas vítimas, há mais de uma suspeita. Eles apresentaram indícios tanto do vírus da zika quanto da chikungunya. O grande mistério é saber qual das duas arboviroses pode ter sido a culpada da morte. Entretanto, para o diretor-geral, é mais provável que a chikungunya, tenha sido a grande vilã.

“Os sintomas são próximos por serem duas arboviroses. A chikungunya é mais relacionada com casos mais graves e, proporcionalmente, óbitos. Por isso, provavelmente, é a principal causa”, explica.

Parte da investigação, a secretaria irá verificar os boletins médicos dos três pacientes e analisar o cenário familiar deles. “Em posse disso encaminharemos os dados para o comitê, que julgará e confirmará, negará ou dirá que é inconclusivo”, encerrou Dimech. A resposta deve levar até dois meses para ser anunciada pelo comitê.

Durante o período analisado e divulgado no boletim, o estado notificou 11.392 casos. Desses, 202 confirmados e 816 descartados. Foram verificados 151 municípios e a ilha de Fernando de Noronha. Em 2015, desde o dia 10 de dezembro, início das notificações obrigatórias do vírus da zika, foram notificados 1.386 casos da doença.