Paranaense que pode ser executado tem esquizofrenia, diz mãe

Clarice Gularte, mãe do paranaense Rodrigo Gularte, preso em julho de 2004 no Aeroporto Internacional de Jacarta, na Indonésia, diz que o filho foi diagnosticado com esquizofrenia - doença mental que provoca alucinações. Rodrigo vive o mesmo drama do brasileiro Marco Archer Moreira, que foi punido com pena de morte por ter cometido o crime de tráfico de drogas.

Na última visita que fez ao filho, em agosto de 2014, Clarice fez um pedido ao governante da Indonésia, Joko Widodo, para poupar a vida do filho, mas até esta segunda-feira (19), ela não tinha obtido resposta.

"Ele não tirou a vida de ninguém. E a gente torce para que ninguém tire a vida dela", argumenta Bernardo Guiss - amigo do paranaense preso.

O paranaense seguia para Bali, também na Indonésia, e foi pego pelas autoridades em Jacarta com seis quilos de cocaína. À época, Rodrigo assumiu o crime e também foi condenado à morte.

Segundo a embaixada brasileira, as autoridades da Indonésia informaram que Rodrigo deve ser executado até março deste ano. No entanto, a família de Gularte, que mora em Curitiba, ainda tem esperança de que ele escape da condenação.

Confiorme a Embaixada do Brasil, Rodrigo será examinado novamente por psicólogos  nesta segunda-feira (19). O objetivo, segundo a mãe, Clarice Gularte, é transferi-lo da prisão para um hospital psiquiátrico.

A condenação de Marco Archer

Archer havia sido preso em 2004, ao tentar entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa-delta. A droga foi descoberta pelo raio-x, no Aeroporto Internacional de Jacarta. Archer conseguiu fugir do aeroporto, mas duas semanas depois acabou preso novamente. A Indonésia pune o tráfico de drogas com pena de morte.

A presidente Dilma Rousseff divulgou nota, no sábado, em que disse estar "consternada e indignada" com a execução de Archer na Indonésia. O embaixador do Brasil em Jacarta, segundo a nota, seria chamado para consultas.

Na linguagem diplomática, chamar um embaixador para consultas representa uma espécie de agravo ao país no qual está o embaixador. Na sexta-feira, a presidente Dilma tinha feito um apelo por telefone ao governante da Indonésia, Joko Widodo, para poupar a vida de Archer, mas não foi atendida.

Widodo respondeu que não poderia reverter a sentença de morte imposta a Archer, "pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal", segundo nota da Presidência.

O secretário-geral do Itamaraty, Sérgio Danese, reuniu-se, em Brasília, com o embaixador da Indonésia no Brasil, Toto Riyanto, para manifestar a "profunda inconformidade" com o fuzilamento. O Itamaraty voltou a dizer que o cumprimento da sentença de morte representa uma “sombra” nas relações entre os países.

O corpo do brasileiro foi cremado quatro horas após a morte, informou ao G1 por telefone o plantão da Embaixada do Brasil em Jacarta, capital do país.