Paraguaios importam Benzoato de emamectina para contrabandear ao Brasil

Paraguaios estão importando muito mais Benzoato de emamectina do que o necessário no país para contrabandearem o excedente ao Brasil. A denúncia é do engenheiro agrônomo Francisco Regis Mereles, que foi recentemente exonerado após dois anos e quatro meses do cargo como titular do Senave (Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal e de Sementes, na sigla em espanhol).

“No Senave havia 14 registros deste produto, com concentrações que variavam desde os 10% aos 30%. Fizemos um levantamento nacional de quanto se vendia para o consumidor final. O Paraguai importa muito mais quantidade de agroquímicos do que precisa. Tudo o que se importa e se formula no Paraguai é para enviar de forma ilegal ao Brasil.

O ex-dirigente revela sua posição contrária à utilização deste produto, citando a posição da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que considera a substância perigosa. Afirma que o Paraguai não possui estudos suficientes nem capacidade para investigar os efeitos dos agroquímicos, e baseia suas conclusões nas pesquisas desenvolvidas por outros países.

“O que fazemos é estabelecer limites máximos de concentração de 10% para o benzoato de emamectina. Mesmo assim, vemos que no mercado negro se negocia a venda de produtos com uma concentração de até 30%, o que está fora do permitido localmente”, afirma.

“A ministra da Agricultura do Brasil, Katia Abreu, me chamou há algum tempo e me disse que queria falar urgente com o ministro da Agricultura do Paraguai, com o objetivo de buscar uma forma de equilibrar o uso de agroquímicos de acordo com a demanda na região. No Brasil estão muito preocupados pela quantidade de produtos que vão do Paraguai para o Brasil”, conclui.