Prioridade das mulheres que chefiam as famílias é pagar as contas com os R$ 1,2 mil e depois “ver o que sobra”.

Para mães solteiras, auxílio emergencial ameniza a angústia das dívidas

O auxílio emergencial de R$ 1,2 mil que começou a ser pago, na segunda-feira (13), para as mães solteiras deverá ser usado prioritariamente para pagar dívidas. Impedidas de trabalhar em decorrência da pandemia do coronavírus as mulheres que chefiam suas famílias enxergam no benefício a única esperança de enfrentar esta crise.

Na fila da agência da Caixa Econômica Federal do bairro Coronel Antonino, a jovem Andreína da Silva, de 19 anos, aguardava ser chamada para sacar o dinheiro. Desempregada e mãe de um menino de três anos ela vivia a incerteza de não ter meios para enfrentar esta crise.

Andreína mora ao lado da casa da mãe e desde que ficou desempregada vive da ajuda dela. “Para quem não estava recebendo nada e estava com dificuldade financeira esse dinheiro vai ser muito bom”, comentou. 

A salgadeira autônoma Bruna Ferreira dos Santos, de 26 anos, mora com os dois filhos no bairro Pioneiros e sem poder trabalhar também estava preocupada com a falta de dinheiro para pagar as contas. “É uma situação muito preocupante. A gente sabe que é necessário ficar em casa, se cuidar”, diz, demonstrando ansiedade em relação a impossibilidade de vender seus produtos.

“Ainda bem que o governo liberou esse dinheiro para a gente porque senão ia ficar difícil sem vender nada. Tenho muitas contas a pagar”.

Quem também vai usar o benefício para pagar contas é a vendedora autônoma Luzia Dias da Silva, de 34 anos. Mãe de quatro filhos, ela mora com três deles no bairro Estrela Dalva. Ela conta que já havia feito o cadastro no aplicativo e foi até a agência nesta terça-feira para poder sacar. “Vai ajudar bastante. Já estava apertada com as contas emergenciais. Vou pagar essas contas e ver o que sobra”.

Benefício - o auxílio emergencial é um benefício financeiro voltado aos trabalhadores informais, autônomos e desempregados para enfrentar a crise causada pelo coronavírus. O valor é de R$ 600 que será pago por três meses para até duas pessoas da mesma família. Quando as mulheres são as únicas responsáveis pelas despesas, o valor pago será de R$ 1,2 mil.

Com exceção das pessoas que já estavam cadastradas no Cadastro Único até o dia 20 de março, as outras que se enquadram nos critérios do programa precisam fazer o requerimento no site da Caixa Econômica ou por meio do aplicativo.