
O gêmeo siamês que sobreviveu à cirurgia de separação, Heitor Ledo Rocha Brandão, de 5 anos, segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, segundo boletim médico divulgado nesta segunda-feira (2). Apesar de estar em estado grave, ele vem apresentando melhora no quadro clínico. Inclusive, o pai do menino, Delson Brandão postou em uma rede social uma gravação do filho acordado e bebendo água.
Os pais do garoto viajaram para a Bahia para o enterro do irmão Arthur, que não resistiu à separação de Heitor e morreu na sexta-feira (27). O sepultamento ocorreu no domingo, em Botuporã. Por isso, na publicação no Facebook, Delson escreveu que está voltando para Goiânia para cuidar do filho: "Espere que pain tá indo ai lhe dar água amor (sic)! Viva, se eu estava com o coração doído, hoje ele se enche de esperança".
Heitor foi separado do irmão na última terça-feira (24). Após a morte de Arthur, o estado de saúde dele melhorou, pois o paciente deixou de precisar da ajuda de aparelhos para respirar e não teve mais febre.
Até esta segunda-feira, Heitor não foi informado da morte do irmão. Os pais decidiram contar o ocorrido para o filho somente quando ele estiver com um quadro clínico mais estável.
Siameses
A mãe dos siameses, a profesora Eliana Brandão, se mudou de Riacho da Santana para Goiânia um mês antes do nascimento dos filhos para que eles tivessem acompanhamento desde o parto, em maio de 2009. Após o nascimento, ela voltou para a terra natal por um período e, desde 2010, mora em Goiânia com os siameses. O marido e a filha mais velha, de 7 anos, continuaram no Nordeste.
Os gêmeos eram unidos pelo tórax, abdômen e bacia, compartilhando o fígado e genitália. Desde que nasceram, eles eram preparados para a cirurgia de separação. Os siameses passaram por 15 procedimentos cirúrgicos, entre eles alguns para implantação de expansores no corpo para que tivessem pele suficiente para a separação. Os meninos só alcançaram as condições necessárias para a cirurgia neste ano.
A cirurgia de separação durou mais de 15 horas e envolveu 51 profissionais, terminando na madrugada de quarta-feira (25). Os médicos informaram que o procedimento transcorreu dentro do esperado. Inclusive, eles tiveram uma boa notícia, pois, diferentemente do que acreditavam, cada um dos gêmeos tinha um intestino, uma bexiga e uma vesícula.
Horas antes de Arthur morrer, a mãe e o pai visitaram as crianças e viram Heitor acordado pela primeira vez. Eles se emocionaram ao ver o filho abrir os olhos e chamar por Arthur. "Fiquei muito emocionada, sem palavras. Não dá para descrever tamanha emoção, apenas sentir. Não esperávamos vê-lo acordado. Quando chegamos e falei o nome dele, ele abriu os olhos. Levei-o para ver o Arthur e ele jogou beijos para o irmão, que estava dormindo", contou.
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