Meios-irmãos têm mesmo nome: Jonsh Kennedy. Na 1ª DP, morador do DF descobriu que havia mandado de prisão por estar 'supostamente' foragido da Justiça. Ele ficou detido 33 h.

 Pai dá mesmo nome a filhos, e polícia prende irmão errado
Fachada do Fórum Desembargador Milton Sebastião Barbosa, no DF / Foto: Google/Reprodução

Um morador do Distrito Federal foi detido no lugar do irmão injustamente no início deste mês. O pai da vítima colocou, sem o conhecimento da família, o mesmo nome nos dois filhos – que têm mães diferentes. Após uma operação de rotina da Polícia Militar, no Recanto das Emas, Jonsh Kennedy, de 32 anos, descobriu que havia um mandado de prisão em seu nome por estar “supostamente” foragido da Justiça desde 2015.

O borracheiro foi levado algemado até a 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul. Ao ser informada sobre prisão do primo, Denise Salviano tentou buscar informações. Na delegacia, ela descobriu divergências entre a pessoa que os policiais procuravam e o parente dela.

“O nome da mãe era diferente, mas mesmo assim, eles resolveram seguir com a prisão. Quando conversei com os agentes, eles afirmaram que, uma vez preso, só o juiz soltava”, disse Denise.

Segundo a Defensoria Pública do DF, além do nome da genitora não ser o mesmo, a data e o local de nascimento dos envolvidos também eram diferentes. Conforme apontou o órgão, o nome incomum de Jonsh motivou as autoridades a manter a detenção. Os agentes informaram ainda que o nome divergente da mãe poderia ser um erro que ocorreu durante a emissão do documento de identidade do borracheiro.
 
Quando criança, o borracheiro descobriu que tinha um irmão mais velho, mas não sabia detalhes sobre ele. “Nunca tivemos contato. Depois de detido, soube que ele estava aprontando no Piauí e que tem pendências na Justiça”, contou.

Na mesma noite da prisão indevida, Denise procurou a Defensoria Pública. O defensor do Núcleo do Plantão, Nicolau Rolim, cuidou da demanda. Ao recolher provas que comprovavam que o borracheiro não esteve no Piauí na data do crime, Rolim pediu um habeas corpus.

“O juiz plantonista negou o primeiro pedido, mas insistimos que o homem era inocente. Já a juíza natural da Vara teve mais cautela e pediu à Justiça do Piauí mais elementos que comprovassem que não se tratava da mesma pessoa”, explicou o defensor. Jonsh Kennedy foi liberado em 11 de março. Ele ficou preso na 1ª DP por quase 33 horas.

O Núcleo do Plantão da Defensoria Pública atende no horário de funcionamento oposto aos dos núcleos especializados diurnos. O posto fica no Fórum Desembargador Milton Sebastião Barbosa e recebe demandas das 19h às 12h.