A história teve um final feliz e um recomeço surpreendente para o pai, que hoje tem dois filhos

Pai assumiu guarda, depois de saber por telefone que ex devolveu filho adotivo

O vidraceiro de 35 anos sempre soube que adotaria uma criança. Após longo processo, quando ainda era casado, sentiu a felicidade de abraçar o filho que chegou aos 5 anos de idade. Depois veio a separação e a surpresa: el soube pelo telefone que a ex-mulher havia devolvido o menino à Justiça. Começou então a luta pela guarda do garoto, mas o pai foi ainda mais longe, adotou também a irmã do menino e hoje os 3 são uma família.

Os personagens dessa história não podem ser identificados, nem pai e nem filhos. A irmã mais velha tem 12 anos e o caçula 10. Depois de sofrerem maus-tratos pela família biológica, os dois e mais quatro irmãos foram encaminhados pela Vara da Infância e Juventude aos abrigos para adoção.

O menino foi quem chegou primeiro à casa do vidraceiro, que diz ter sentido um amor incondicional assim que encontrou o garoto. "Quando as assistentes sociais me mostraram ele por foto, nem precisei ver outras crianças. Parece  um amor à primeira vista. Senti que ele era meu filho", conta o pai.

Depois da adoção vieram as dificuldades no casamento. "Como todo casal, surgiram brigas e ciúmes, mas no meu caso ela não queria que ele se aproximasse de mim, eu sentia isso", diz.

Na separação, a ex-mulher fez questão de ficar com o menino. "Nos separamos, mas sem muitas divergências, então achei que não tivesse problema ele ficar com ela, mas sempre deixei claro que meu sonho era que ele morasse comigo".

O contato com o filho foi mantido até que em uma terça-feira de maio do ano passado, o pai recebeu uma ligação inesperada do Núcleo de Adoção da Vara da Infância e Juventude. "Foi quando eu soube que ela tinha ido até lá para devolver meu menino, assim do nada, sem muitas explicações. Ela só não queria mais".

O filho não chegou a ser entregue ao abrigo e em poucos dias voltou para os braços do pai. "A ligação foi numa terça e na sexta-feira eu peguei ele de volta. Foi um alívio".

A relação dentro de casa ia bem quando o pai percebeu uma mudança no comportamento do garoto. Durante uma conversa, o menino revelou a tristeza. "Ele me disse que queria ficar ao lado da irmã que ainda estava no abrigo. Os outros irmãos também foram adotados, mas a família não permite contato".