Operadores financeiros presos na Lava Jato são transferidos para Curitiba

Operadores financeiros presos na Lava Jato são transferidos para Curitiba

Presos em caráter preventivo na Superintendência da Polícia Federal (PF) no Distrito Federal desde o último dia 25, Jorge Luz e seu filho, Bruno Luz, foram transferidos hoje (2) para a Superintendência da PF no Paraná.

Apontados como operadores financeiros ligados principalmente ao PMDB, pai e filho foram alvos da 38ª Fase da Operação Lava Jato, batizada de Blackout. Citados por outros investigados na Operação Lava Jato que assinaram acordo de delação premiada com a Justiça Federal, os dois respondem pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Jorge e Bruno deixaram o Aeroporto Internacional de Brasília em um voo comercial e chegaram ao Aeroporto Internacional Afonso Pena, na capital paranaense, pouco após as 18 h. No aeroporto, foram recebidos por uma equipe local da PF, que os conduziu para a superintendência.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a atuação de Jorge e Bruno junto à Petrobras resultou no pagamento de R$ 40 milhões em propinas ao longo de 10 anos, especialmente na compra dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000; na operação do navio-sonda Vitoria 10.000 e na venda, pela Petrobras, de sua participação acionária na Transener (maior companhia de transmissão de energia elétrica da Argentina) para a empresa Eletroengenharia.

De acordo com a investigação, a maior parte da propina era repassada aos membros da Diretoria Internacional da Petrobras, enquanto o restante era destinado a agentes políticos. O procurador da República Diogo Castor de Mattos disse que esses políticos gozam atualmente de foro privilegiado.

Os integrantes da força-tarefa do MPF disseram ainda que Jorge e Bruno atuavam na Diretoria Internacional da Petrobras, área de indicação política do PMDB, que, em nota, afirmou que os operadores financeiros "não têm relação com o partido e nunca foram autorizados" a falar em nome da sigla. Ainda de acordo com os procuradores da força-tarefa, pai e filho também agiam esporadicamente na Diretoria de Abastecimento e na Diretoria de Serviços da estatal, áreas de influência do PP e do PT, respectivamente.

A Agência Brasil entrou em contato com o advogado de Jorge e Bruno Luz, Gustavo Teixeira, que informou não ter nada a comentar por ora sobre a transferência de seus clientes para Curitiba.