Fazendeiros, arrendatários e até comerciantes foram chamados.

Operação Vostok: PF retoma depoimentos e clima entre testemunhas é de surpresa
Testemunhas deixam sede da PF nesta manhã. / Foto: Dândara Genelhú, Midiamax

A PF (Polícia Federal) retomou no início da tarde desta terça-feira (3) a oitiva de testemunhas e investigados na Operação Vostok nos trabalhos da ‘força-tarefa’ deflagrada por ordem do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Entre os intimados há pecuaristas, arrendatários e comerciantes e o clima é de surpresa com muitos dizendo não saber nem sequer do que se trata. 

Segundo apurado pelo Jornal Midiamax, há algumas ausências entre os intimados. A lista oficial dos convocados a depor ainda não foi divulgada. Entre os que compareceram, a maioria diz ter sido pega de surpresa com a intimação entregue cinco dias antes convocando a serem ouvidos na condição de testemunhas.

Alguns deles foram à sede da PF acompanhados de seus advogados. Os trabalhos que tiveram início pela manhã em Campo Grande, em São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Ceará foram retomados por volta das 13h.

Um dos ouvidos veio do interior do Estado e contou à reportagem que chegou a pesquisar na internet do que se tratava a operação. Ele garantiu que não conhece nenhum dos investigados. Mas, fez questão de comparecer mesmo sabendo que não seria obrigatório, porque disse que quer ajudar nas investigações.

As intimações são desdobramento dos indícios levantados após mandados de busca e apreensão e quebra de sigilos fiscais e telefônicos da Operação Vostok, em setembro de 2018.

Ação coordenada

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou nesta terça-feira (03) uma ação coordenada de desdobramento da Operação Vostok, decorrente do IPL (Inquérito Polícial) 1.190, após os mandados de busca, apreensão e quebra de sigilos telefônicos e fiscais realizados em 2018. São mais de 110 pessoas intimadas e a maioria é ouvida na sede da Polícia Federal em Campo Grande.

Entre os intimados, está o irmão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Além de Mato Grosso do Sul, são ouvidas testemunhas e investigados em São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Ceará. A investigação teve origem no acordo de colaboração dos executivos da JBS, conglomerado com atuação no ramo de alimentos, e apura suposto esquema de corrupção na concessão de benefícios fiscais pelo governo do estado de Mato Grosso do Sul através da Sefaz-MS (Secretaria de Estado de Fazenda).