Os trabalhos ocorrem após investigações que apontaram indícios de autoria de tentativas de homicídio contra dois indígenas daquela área, por parte do autor, que não teve o nome divulgado.

Operação Py’Aguapy desencadeada na manhã desta sexta-feira (6/10) em Dourados, resultou na prisão de um sitiante e no cumprimento de sete mandados de busca e apreensão, dois deles na área considerada de retomada pela comunidade indígena.
Além da maior cidade do interior sul-mato-grossense, os agentes também realizaram ações em Nova Olímpia (MT), através de determinações expedidas pela Justiça Federal local.
Os trabalhos ocorrem após investigações que apontaram indícios de autoria de tentativas de homicídio contra dois indígenas daquela área, por parte do autor, que não teve o nome divulgado. O fato ocorreu no dia 13 de setembro.
Como informado anteriormente pelo Dourados News, em meio ao cumprimento dos mandados na área de retomada, houve confronto entre os indígenas que estão na região e os servidores da segurança pública.
“Durante o cumprimento dos mandados, os policiais federais foram atingidos por paus, pedras, facões e porretes por supostos membros da comunidade e reagiram com medidas menos legais e de baixo impacto para garantir a retirada das equipes do local em segurança”, relata a Polícia Federal em nota encaminhada à imprensa.
Conforme a Instituição, toda a operação teve a companhia de um representante da Funai (Fundação Nacional do Índio) e foi filmada.
O confronto não registrou feridos, segundo a PF. “Todo o ocorrido foi filmado e será utilizado na investigação que ora se inicia. Não há registros de feridos, tão somente danos às viaturas policiais”, finaliza a nota.
O local onde ocorreu o cumprimento dos mandados nesta manhã é palco de conflitos entre os pequenos produtores e indígenas, boa parte considerados ‘desaldeados’, ou seja, pessoas vindas de outras regiões e que não fazem parte da Reserva de Dourados.
Recentemente, uma Frente Parlamentar foi criada pela Câmara de Vereadores local para tentar amenizar a situação e dialogar entre as partes.
No dia 13 de setembro, mesma data da ação que resultou na operação desencadeada pela Polícia Federal hoje, uma reunião envolveu representantes da comunidade indígena de Dourados, Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), MPF (Ministério Público Federal) e outras entidades na tentativa de debater o assunto e solucionar o problema que vem se arrastando.
“É muito importante trazer para o palco dessa discussão todos os atores envolvidos, uma vez que os conflitos desaguam na segurança pública, porém são consequência da omissão de muitos setores. Quando temos uma discussão na OAB, envolvendo vereadores, Ministério Público Federal, Polícia Federal, produtores, indígenas e Funai, todos atuando no mesmo palco, temos uma grande chance de resolver os problemas sem conflito, que é o que queremos. Mas também não vamos nos furtar a exercer o papel da segurança pública, não só na prevenção, mas principalmente na repressão”, disse na época ao Dourados News o titular da Sejusp, Antonio Carlos Videira.
No dia 27 de setembro, em entrevista ao portal de notícias, o presidente da Frente Parlamentar que busca solucionar os conflitos no local, vereador Rogério Yuri (PSDB), comemorava um ‘acordo de boca’ entre as partes para que os confrontos cessassem entre as partes.
Em meio a isso, os parlamentares vêm buscando encontros com a classe política do Estado para que nenhum dos envolvidos saia no prejuízo.
“Ficou acertado dentro de um acordo de boca entre as partes que não haverá mais retomadas além do que já houve, bem como não haverá a tentativa de expulsão dos indígenas por parte dos proprietários. Esse acordo foi feito tendo como testemunha o representante da procuradoria federal, Funai e Defensoria Pública Federal”, disse na época, ao comemorar 10 dias sem conflito na região.
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