A solicitação reacende o debate sobre conflitos de interesse envolvendo integrantes da Suprema Corte e fortalece o discurso da oposição por mais transparência no Judiciário.

O deputado federal Sanderson (PL-RS ) pede à PGR investigação sobre vínculos entre Banco Master e escritório da esposa de Moraes

O deputado federal Sanderson (PL-RS) protocolou nesta terça-feira um pedido formal à Procuradoria-Geral da República para que seja aberta investigação sobre a possível relação comercial entre o Banco Master e o escritório de advocacia da esposa do ministro do STF, Alexandre de Moraes. 

Segundo Sanderson, há indícios suficientes para que o Ministério Público Federal verifique se empresas com atuação direta em setores regulados pelo Estado mantêm contratos com familiares de ministros — prática que, se confirmada, pode caracterizar favorecimento indevido e ferir os princípios da moralidade administrativa. O parlamentar afirmou que a apuração é necessária para “restaurar a confiança das instituições perante o povo brasileiro”.

O Banco Master, nos últimos anos, ampliou consideravelmente sua participação em operações de crédito e serviços ao setor público, o que, para a oposição, torna imprescindível esclarecer qualquer vínculo que possa sugerir interferência ou benefícios indiretos. Sanderson destacou que “não se trata de perseguição”, mas de garantir que a Suprema Corte esteja acima de qualquer suspeita, especialmente em um momento de forte tensão institucional.

O pedido também cita precedentes envolvendo familiares de outras autoridades que tiveram relações profissionais investigadas, ressaltando que o Supremo Tribunal Federal, pela relevância de suas decisões, deve adotar padrões ainda mais rigorosos de conduta e transparência.

Caso a PGR decida avançar, a investigação poderá abrir um novo capítulo nas discussões sobre a ética no Poder Judiciário e reforçar a pressão por regras claras que evitem que familiares de magistrados atuem em áreas sensíveis ou com potenciais conflitos de interesse.

Sanderson adiantou que continuará acompanhando o caso e que a oposição cobrará “respostas rápidas e objetivas”, para que não paire dúvidas sobre influências externas na atuação de ministros que, na visão da direita, já acumulam protagonismo exagerado em temas políticos e eleitorais.

A PGR ainda não se manifestou oficialmente sobre o pedido.