Nesse cenário, desemprego tem alta de 62% entre pessoas de 14 a 24 anos

O mercado de trabalho de Mato Grosso do Sul está menos jovem. São 196 mil pessoas de 14 a 24 anos com alguma ocupação no Estado, de acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este é o menor número da série histórica do estudo, iniciado em 2012. Na outra ponta, o desemprego entre os jovens sul-mato-grossenses cresceu 62% no mesmo período.
Esse cenário se contrapõe ao objetivo do Dia Internacional do Jovem Trabalhador, comemorado neste 24 de abril. Criado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), a data visa estimular a contratação de pessoas com menos idade e menos experiência. Essa finalidade se torna ainda mais importante em um quadro de estatísticas como as apresentadas por Mato Grosso do Sul.
Conforme a PNAD, no último trimestre de 2017, havia 450 mil pessoas de 14 a 24 anos em Mato Grosso do Sul. Esse número é inferior a dos anos anteriores (sempre quarto trimestre), exceto ao de 2016 (448 mil). Nos demais anos, as parcelas de sul-mato-grossenses nessa faixa etária foram os seguintes: 2015, 454 mil; 2014, 469 mil; 2013, 460 mil; e em 2012, 465 mil.
A população jovem é menor – a retração foi de 3,22% desde 2012. No entanto, a queda no número de trabalhadores jovens foi muito mais intensa: 15,51%, ou seja, cinco vezes mais. Em 2012, eram 232 mil sul-mato-grossenses de 14 a 24 anos no mercado de trabalho. No ano passado, essa quantidade recuou para 196 mil.
Em se tratando de desemprego, a disparada foi de 62%, passando de 29 mil em 2012 para 47 mil em 2017. São 36 mil jovens desempregados a mais. Pelo histórico da PNAD, o número de desocupados caiu para 22 mil em 2013 e em 2014; depois começou a subir: 36 mil em 2015; e 47 mil em 2016 e 2017.
Matheus Victor Silva Vieira, 23 anos, está no grupo dos que estão empregados. E isso é imprescindível em seu caso, porque ajuda no orçamento de casa. “Só sou eu e minha mãe”, conta o jovem, que trabalha como vendedor em uma loja de roupas no shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande.
Ele está no mercado desde os 16 anos. Iniciou como jovem aprendiz no Tribunal de Justiça. “Fiquei até 18 anos, aprendi muito. Só saí porque comecei a faculdade de Engenharia Civil”, detalha. O curso foi trancado, porque Matheus precisou aumentar sua ajuda na renda familiar. “Tive que sair pra trabalhar. Meu Fies [Financiamento Estudantil] ficou atrasado, sujei meu nome”, recorda-se.
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