‘Não gastaria R$ 200 milhões nisso aqui’, diz Reinaldo na retomada do Aquário

Com a presença de muitos políticos na solenidade de assinatura da ordem de serviço para retomada das obras do Aquário do Pantanal, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) evitou detalhar valores para conclusão do empreendimento e voltou a criticar o investimento milionário no local.

“Eu não gastaria R$ 200 milhões nisso aqui”, disparou o governador, sem especificar quanto ainda será investido nos 5% restantes para conclusão dos trabalhos. A expectativa do governo era gastar mais R$ 30 milhões nos 14 meses dados como prazo de entrega. A empreiteira responsável, Egelte Engenharia, falou em R$ 40 milhões.

Os responsáveis pela empreiteira, que não quiseram atender a imprensa durante a solenidade na manhã desta segunda-feira (4), revelaram apenas, por meio de sua assessoria, que apesar da assinatura da ordem de serviços os trabalhos devem demorar mais 30 dias para serem iniciados.

A empresa argumenta que nos cerca de oito meses que esteve afastada do empreendimento, alguns serviços se deterioraram e precisarão ser refeitos. Questões operacionais levarão um mês até conclusão para início dos trabalhos no canteiro de obras.

O secretário estadual de infraestrutura, Marcelo Miglioli, revelou que pelo menos 10 serviços precisaram ser refeitos. Ele não revelou se pretende cobrar da Proteco Engenharia, envolvida nos supostos esquemas de desvios investigados na Operação Lama Asfáltica e que substituiu a Egelte na obra, pela necessidade do re-serviço.

Miglioli também pontuou sobre a definição da obra. “Acredito que tem condições de terminar antes dos 14 meses previstos”, disse. O governador seguiu a mesma linha e apostou na entrega antecipada do Aquário para a população.

O representante da empresa responsável por gerenciar o empreendimento, Grupo Cataratas do Iguaçu, Henrique Carneiro, disse que são esperadas pelo menos 200 mil pessoas apenas no primeiro ano de funcionamento do Aquário.

“Estamos animados com a retomada do maior aquário de água doce do mundo”, frisou Henrique. Para ele, a existência do projeto na Capital pode fazer com que o turista que venha ao Estado para conhecer Bonito ou o Pantanal possa prolongar sua permanência em Campo Grande para visitar o Aquário.

O arquiteto responsável pelo projeto, Ruy Otake, também prestigiou a solenidade e revelou que demorou 15 dias para fazer o anteprojeto do Aquário. Ele se disse animado com as atrações do local, como a biblioteca virtual e o auditório para 250 lugares, que poderão ser aproveitadas como espaços culturais.

Azambuja revelou ainda que a obra do Aquário, que terá quase 100 milhões de litros de água quando concluída, será acompanhada pelo TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), e que o Estado não terá ônus nos serviços que serão refeitos pela Egelte.