Polícia instaurou inquérito para apurar responsabilidade pelo erro. Ela morreu de parada cardiorrespiratória 10 minutos após o equívoco.

Mulher morre após receber transfusão de sangue errado
Rosiane Silva morreu por erro em transfusão de sangue na Santa Casa de Pinda / Foto: Arquivo pessoal

Uma transfusão de sangue errada causou a morte de uma mulher de 46 anos na Santa Casa de Pindamonhangaba nesta quinta-feira (15), segundo a polícia. Um inquérito foi instaurado para apurar a responsabilidade pelo equívoco.

Segundo a polícia, a paciente Rosiane Aparecida da Silva tratava um acidente vascular cerebral (AVC) quando, por um erro, recebeu uma transfusão com o tipo sanguíneo errado. A paciente sofreu uma parada cardíorespiratória e morreu cerca de 10 minutos após o engano.

Ela deu entrada na unidade no último dia 3 e estava em coma induzido. Ela compartilhava o quarto com outro paciente que também seria submetido a uma transfusão de sangue.

"A enfermeira percebeu o erro, quando leu a etiqueta na bolsa, logo depois de injetar o sangue na paciente. Eles tentaram reanimar a vítima, mas ela não resistiu. Agora a gente vai ouvir a profissional para saber se houve dolo [intenção]”, informou Angela Aparecida Cabral, delegada responsável pelo caso.

A paciente morreu por volta de 17h e a família foi informada que ela tinha falecido às 21h. O atestado de óbito demorou mais de 12 horas para ser liberado, o que ocorreu apenas após registro de um boletim de ocorrência.

Velório
 
A família velava a vítima em Pinda quando foi informada que o erro na transfusão teria causado a morte. O sepultamento de Rosiane teve que ser adiado por cerca de cinco horas para que o corpo fosse levado para o IML em Taubaté, onde passou por necrópsia. O exame, exigido pela delegada, sera incluído no inquérito.

Inicialmente, a família disse que o hospital informou apenas que Rosiane tinha morrido em decorrência do quadro clínico considerado grave. “Eles nos ofereceram apoio, disseram que fizeram tudo para tentar salvar a vida dela, mas que ela não resistiu. Em momento algum soubemos do problema com as bolsas de sangue”, contou José Carlos Morais, irmão da vítima.
 
Segundo a delegada, a direção da Santa Casa foi quem procurou a polícia para explicar a situação por volta das 11h. Um boletim de ocorrência contra a Santa Casa foi registrado pela família às 13h. Com isso, o enterro da mulher que estava marcado para às 14h,ocorreu às 18h30 desta sexta por causa da confusão.

“Ficamos surpresos e assustados. Queríamos enterrar a minha irmã em paz e ficar apenas com a saudade dela. Mas agora o nosso sentimento é de revolta e de dúvida, porque talvez ela poderia estar aqui”, afirmou o irmão.
 

Investigação
 
Segundo a Polícia Civil, além de apurar a conduta dos profissionais do hospital, também será investigado o motivação da demora para acionar a polícia e a liberação do corpo sem o registro da ocorrência.

O caso foi registrado como morte suspeita e a enfermeira que teria sido responsável pela troca das bolsas de sangue será ouvida na próxima semana.

À reportagem do G1, a Santa Casa de Pindamonhangaba informou que, sobre a demora, acionou a polícia apenas após apurar os fatos internamente.

A unidade informou ainda que vai abrir uma sindicância para apurar a conduta dos envolvidos e que aguarda a conclusão do inquérito policial. Sobre a enfermeira envolvida no caso, não informou se ela será mantida no cargo durante a investigação.