Com 1.190 novas ocorrências previstas para 2018, o Estado é o 3º com a maior taxa de incidência do Brasil. A cada 100 mil habitantes, 86,4 contraem a doença

MS é líder em casos de câncer de próstata no Centro-Oeste
Amauri Antonio Espósito alerta para prevenção e tratamento da doença. / Foto: Marcos Ribeiro Médico urologista

O Mato Grosso do Sul é o líder em casos de câncer de próstata da região Centro-Oeste e o terceiro do Brasil em incidência. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de 86,47 casos a cada 100 mil habitantes. A projeção é para um total de 1.190 novos casos que serão diagnosticados em 2018. Segundo o Inca, o câncer de próstata é o tipo que mais afeta a população masculina do Estado e a incidência de MS é tão alarmante que a média para toda a região centro-oeste é de 66,75 por 100 mil habitantes, somando total de 5.330 novos casos de câncer de próstata diagnosticados este ano.

As taxas brutas de incidência nos demais estados do Centro-Oeste que estão atrás de MS são: Goiás com 2.210 novos casos e incidência de 64,51 a cada 100 mil habitantes; Mato Grosso, 1.080 novos casos e incidência de 62,73 a cada 100 mil habitantes e o Distrito Federal, 850 casos e incidência de 58,26. No Brasil, o estado com maior taxa de incidência é o Rio Grande do Sul (11,50 a cada 100 mil), seguido do Paraná (97,43 a cada 100 mil) e Mato Grosso do Sul (86,47 a cada 100 mil). Em todo o País, são estimados 68.220 novos casos para 2018, incidência de 66,12 a cada 100 mil habitantes.

Prevenção

Em Dourados, o médico urologista Amauri Antonio Espósito ressalta que as altas taxas podem estar relacionadas ao fato de que o homem ainda é muito relapso em relação à saúde, principalmente preventiva, e em particular da próstata esbarra no preconceito, cultura e desinformação de dois terços dos homens brasileiros, que não se submetem ao exame.

Segundo ele, apesar de considerado silencioso nas fases iniciais, o câncer de próstata pode ser extremamente doloroso, principalmente se disseminar para outros órgãos. Geralmente, o primeiro a ser atingido é o osso. Além da dor, a metástase óssea pode provocar fraturas ou aumento dos níveis de cálcio sanguíneo. Prevenir ou retardar a disseminação da doença é um dos principais objetivos. Se for diagnosticado de forma precoce as chances são maiores que 90%, porém, quando está avançado não existem mais chances de cura. A recomendação do médico é a de que, a partir dos 50 anos, os homens façam o exame, ou com 45 anos para quem tem histórico familiar da doença.

Segundo Amauri, o toque retal ainda é imprescindível e tem como finalidade detectar qualquer alteração na próstata (endurecimento, nódulos), que possa estar relacionada ao câncer. Apesar de desconfortável, é parte fundamental da avaliação, servindo para auxiliar na decisão da melhor forma de tratamento. "O procedimento deve ser encarado com um exame qualquer. Ninguém deixa de ser homem por um toque retal, muito pelo contrário, mostra o comprometimento com os familiares e sociedade", destaca o urologista.