MPE garante 200 vagas na hemodiálise
Promotor de Justiça Etéocles Brito Júnior vai acompanhar transição do serviço. / Foto: Assessoria

Trabalho do Ministério Público Estadual, através dos promotores Etéocles Brito Júnior e Ricardo Rottuno, põe fim a uma crise histórica na nefrologia de Dourados. Depois de anos enfrentando verdadeiro "calvário" na busca por atendimento fora de Dourados, além do risco iminente da interrupção dos serviços, os pacientes renais crônicos já podem se sentir aliviados. Na última sexta-feira, a 6ª Vara Cível de Dourados decidiu tirar o serviço de nefrologia da responsabilidade do Hospital Evangélico e direcioná-lo para duas novas clínicas que venceram o processo de licitação e estão sendo contratadas pela Prefeitura. São elas a UCM - Unidade Crítica Médica Eirelli e a Cened - Centro de Nefrologia de Dourados. Juntas, as empresas foram contratadas para oferecer 111 vagas, mas o MPE conseguiu que elas assumissem o compromisso de disponibilizar 200 vagas na hemodiálise. Para isto será feito um aditivo no contrato.

Com esse total de vagas, os pacientes que hoje se deslocam para Ponta Porã poderão voltar a ser atendidos em Dourados. A expectativa é de que o serviço comece a funcionar em no máximo 1 mês, período em que o MPE aguarda que o Ministério da Saúde habilite as clínicas para receber os valores do SUS. Até lá, todos os pacientes de Dourados continuam sendo atendidos na Clínica Dinefro, que receberá diretamente da Prefeitura para realizar o serviço. Em relação as intercorrências e serviços de UTI referentes a Nefrologia que também eram oferecidos pelo Hospital Evangélico, serão direcionadas para a Central de Regulação e posteriormente ao Hospital da Vida ou para o Hspital Universitário. A decisão da justiça contou com a renúncia do prazo recursal de todos as partes e isto quer dizer que não poderão voltar atras do acordo.

Prefeitura O secretário de Saúde do município, Sebastião Nogueira disse que a expectativa é de que o problema se resolva com a decisão. Segundo ele, a justiça autorizando, a Prefeitura trabalhará para habilitar empresas para prestar o serviço e afirma que nenhum atendimento será paralisado com as medidas que estão sendo tomadas. Ao todo, estão sendo providenciadas 210 vagas. Sebastião disse que com a Prefeitura pagando diretamente as clínicas, a crise está sendo superada.

HE O Hospital Evangélico enfrenta uma das suas maiores crises com dívidas de quase R$ 800 mil por mês e terceirizava o serviço de hemodiálise para a Clínica Dinefro, que alegava não receber os repasses e que já acumulava dívidas de R$ 930 mil e ameaçava suspender os atendimentos. Trabalho do MPE, fez com que Prefeitura e Estado repassassem os valores dos atendimentos diretamente para a Clínica e não mais para o HE. Com o acordo, os serviços não foram interrompidos, porém o MPE precisava resolver o problema da terceirização que dificultava as autoridades de cobrar do responsável a meta de atendimento a ser cumprida. Com a nova licitação, as duas novas empresas contratadas serão responsáveis junto com a Prefeitura de Dourados por oferecer atendimento aos pacientes. O Hospital Evangélico, que deixa de oferecer o serviço, não quiz comentar sobre a decisão.