Ex-diretores são acusados de receberem em troca de quiosques.

MP-MS quer dinheiro de volta de ex-diretores da Fundac em 2013

O MP-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) recomendou que dois ex-diretores da Fundac (Fundação Municipal da Cultura), Américo Yule e Emerson dos Santos Borges, reembolsem a Prefeitura de Campo Grande por supostos danos ao erário.

Os ex-diretores foram acusados, no primeiro ano da gestão do ex-prefeito Alcides Bernal (PP), de cobrarem propinas em troca da permissão de uso dos quiosques da Cidade do Natal, em 2013, em um inquérito do MP-MS.

O órgão instaurou as investigações devido a denúncias de empresários que participaram da seleção, e também por força das irregularidades apontadas no edital da seleção, que segundo o MP-MS não era “transparente” quanto a forma que seriam feitos os pagamentos das contrapartidas.

No trecho que tratava da contrapartida do edital da seleção, a Fundac apenas dizia que os empresários deveriam apresentar uma contrapartida de “valor mínimo” de R$ 6 mil, sem especificar como esse pagamento seria feito.

Uma sindicância interna da Fundac concluiu que Américo Yule e Emerson dos Santos Borges, na época assessor especial da Fundação, teriam se apropriado dos valores pagos a título de contrapartida pelos empresários, causando danos ao erário. Dezoito empresários foram chamados no certame.

As investigações do MP-MS chegaram à mesma conclusão após ouvir os permissionários. O órgão pede que a Prefeitura de Campo Grande tome as medidas necessárias, em até 30 dias, para cobrar os ex-diretores da Fundac dos valores apropriados indevidamente, caso contrário, o órgão pode acionar a Justiça pela cobrança.

'Nem tinha como fazer isso'
A reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com o ex-diretor da Fundac, Américo Yule, que negou ter cobrado propina para emitir as permissões dos quiosques da Cidade do Natal. “Eu nem tinha como fazer isso”, alega, pois na época não era diretor da Fundação.

Quanto à recomendação do MP-MS, Yule afirma que “nunca notificado, nem chamado para falar sobre isso”. O ex-diretor também afirma que não pode se defender das investigações da Fundac, pois nunca teria sido chamado para depor na sindicância.

A reportagem também tentou entrar em contato com o ex-diretor Emerson dos Santos Borges, mas o mesmo não atendeu ou retornou as ligações até o momento da publicação.