MP de São Paulo pede prisão preventiva do ex-presidente Lula

O MPE-SP (Ministério Público Estadual de São Paulo) pediu a prisão preventiva do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A solicitação foi feita pelos promotores de Justiça daquele estado Cassio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Araújo junto a denúncia que apresentaram nesta quarta (9) sobre o tríplex em Guarujá (SP), que teria sido preparado para a família do petista.

Além dele, também foi pedido cárcere do ex-presidente da empresa OAS Léo Pinheiro e ao ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. O caso está nas mãos da juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal de São Paulo e ainda não há data certa para que saia a decisão.

O motivo do pedido ainda não foi divulgado e está sob segredo de Justiça. Na semana passada Lula foi alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato e acabou prestando depoimento à Polícia Federal devido a condução coercitiva.

O ex-presidente é acusado de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, crimes que podem render de 3 a 10 anos de prisão e de 1 a 3 anos, respectivamente. Sua esposa, Marisa Letícia, e um dos filhos do casal, Fábio Luiz Lula da Silva, também são acusados de lavagem de dinheiro.

Caso - Em entrevista coletiva nesta tarde o MP-SP negou que a investigação tenha motivação política. Blat explicou que trata-se de continuidade de um caso da Bancoop que ele toca desde 2010 e está em fase final de julgamento.

Entre os réus deste primeiro caso está Vaccari Neto, preso em Curitiba sob acusação de intermediar propinas para o PT em contratos da Petrobras.

De acordo com a apuração, a reforma do tríplex teve início em 2004 quando a então primeira-dama comprou uma das unidades, não a que está sob investigação.

Em 2009, quando a Bancoop quebrou e a OAS assumiu a construção do prédio, a empreiteira teria preparado o apartamento para a família de Lula, mas o imóvel nunca foi transferido para o nome do petista.

O Instituto Lula alega que a família visitou o tríplex na praia de Astúrias, mas desistiu do imóvel por considerar que a família não teria privacidade para desfrutar da praia. Os promotores dizem ter testemunhos de 20 testemunhas de que o imóvel foi reformado para Lula.