Vinicius de Souza Santos é um dos 6 mortos em confronto com a polícia em Anastácio.

Um dos 6 mortos no confronto com a polícia, na noite de sexta-feira (9), em Anastácio, era "machão" no bairro Canguru, em Campo Grande, e partida foi alívio para alguns vizinhos ouvidos pela reportagem.
Vinicius de Souza Santos integrava uma quadrilha de roubo a caminhonetes e morreu após ser pego com os comparsas durante uma ação na cidade do interior.
Um vizinho, que não quis se identificar, disse ao TopMídiaNews que Vinícius era uma pessoa difícil de lidar e se achava o "machão", amedrontando vizinhos, no bairro.
"Ele vinha para cima, um cara totalmente descontrolado e agressivo, se achava. Não gosto de celebrar a morte de ninguém, mas graças a Deus ele morreu, é bom que assim da paz para o bairro", disse.
O caso
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Roberto Gurgel, os mortos eram membros de uma quadrilha especializada em roubo de caminhonete, com restrição de liberdade.
"Eles escolhem os alvos, objetos, parte da quadrilha mantém as vítimas restritas em cárcere até que a outra parte da quadrilha possa se dirigir ao Paraguai ou à Bolívia para entregar essas caminhonetes e, geralmente, trazer drogas como produto da troca desse veículo", explicou.
A investigação começou um mês antes e foi conduzida pela Defurv (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Furtos e Roubos de Veículos), com apoio operacional do Garras.
"Tínhamos seis executores, além de um mandante desse crime que não estava presente no local. Parte desses seis executores era oriunda do estado de Goiás, criminosos, extremamente perigosos, especialistas nesse tipo de ação criminosa, inclusive tendo feito ameaças a juízes e promotores naquele estado. Todos os membros dessa quadrilha tinham vasta ficha criminal por crimes graves como tráfico de drogas, roubo, homicídios, e nessa madrugada eles colocaram o plano em ação", continua Gurgel.
As equipes realizaram abordagem com sinais luminosos e sonoros. Dois homens em uma motocicleta fugiram, dando início à primeira perseguição. Simultaneamente, outra equipe abordou um veículo Fiat/Uno com quatro ocupantes, todos armados. Ambos os grupos reagiram atirando contra os policiais. As equipes tentaram o socorro, mas nenhum sobreviveu.
"Eles se dirigiram até uma propriedade rural no município de Anastácio. Nossas equipes estavam investigando em ação de monitoramento e visando proteger a integridade, saúde, vida e patrimônio das vítimas. Nossas equipes fizeram a abordagem desses criminosos: quatro num veículo e duas em motos, próximos à entrada dessa propriedade rural. Esses criminosos, pelo perfil deles, reagiram imediatamente à abordagem policial, disparando tiros contra as guarnições, que revidaram. Acabamos sendo atingidos, alvejados. Todos foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos e vieram a óbito", prossegue o delegado.
No Fiat/Uno, foram encontrados objetos como braçadeiras e fita silver tape, além das armas de fogo. "As investigações continuam, visando a prisão desse mandante, uma vez que nós nos deparamos com os executores, mas as investigações apontam para o mandante desse crime. Essas pessoas estão sendo investigadas por três tipos de associação criminosa: roubo majorado pelo emprego de arma de fogo, restrição da liberdade e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito".
O receptor do veículo que iria ser roubado estaria na Bolívia. "O caso de hoje, estamos tratando o destino dos veículos era a Bolívia e possivelmente a troca por entorpecente do tipo cocaína, uma vez que o país é o terceiro maior produtor de cocaína do mundo. Temos ainda, dentro da associação criminosa, duas pessoas, pelo menos, para serem investigadas e aprofundar as investigações, que são o comandante do crime e o receptador desses veículos que eram objetos necessários", completa Gurgel.
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