Ministro do STF concedeu entrevista ao Washington Post

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes afirmou, em entrevista ao Washington Post, que “não existe a menor possibilidade de recuar nem um milímetro” em relação às medidas impostas pelo governo dos Estados Unidos.
Moraes afirma que não se intimidou após Donald Trump, presidente dos EUA, impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, revogar seu visto de entrada no país e aplicar a Lei Magnitsky, sob a justificativa de supostas violações de direitos humanos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros membros da direita brasileira.
“Não há como recuar daquilo que devemos fazer. Digo isso com total tranquilidade. Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem tiver que ser condenado, será condenado; quem tiver que ser absolvido, será absolvido”, afirmou o ministro.
Na reportagem do jornal estadunidense, o Washington Post descreve Moraes como um “xerife da democracia”. O periódico relembra que o ministro determinou a suspensão da operação do X (antigo Twitter) no Brasil, além de ordenar a prisão de políticos em exercício e destituir unilateralmente o governador de Brasília após os atos golpistas de 8 de janeiro.
“Agora, ao colocar o ex-presidente em prisão domiciliar e bani-lo das redes sociais, ele efetivamente silenciou uma das figuras da direita global mais conhecidas do mundo”, afirmou o Washington Post, que descreveu Moraes como “o jurista mais poderoso da história do Brasil”.
Moraes disse, ainda, que o Brasil e os Estados Unidos eram amigos e admitiu que acreditava que o crescente abismo entre eles era temporário, impulsionado pela polarização política e pelo tipo de desinformação que ele passou anos tentando reprimir. O ministro citou o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que lidera uma campanha diplomática rebelde instando hostilidades dos EUA contra o Brasil e sanções contra Moraes.
“Essas narrativas falsas acabaram envenenando a relação — narrativas falsas apoiadas pela desinformação espalhada por essas pessoas nas redes sociais”, disse Moraes. “Então o que precisamos fazer, e o que o Brasil está fazendo, é esclarecer as coisas”, completou.
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