Morador conta que é comum encontrar um ou dois pássaros mortos no bairro, “mas essa semana tinha mais de uma dúzia”

Dezenas de pássaros foram encontrados mortos em ruas do bairro Coophavila II, em Campo Grande, no início desta semana.
Moradores suspeitam da possibilidade de envenenamento com alvo em pombos. No entanto, o veneno pode ter acabado vitimando outras espécies.
O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) foi acionado e a suspeita foi comunicada.
O estudante de Geografia José Augusto Nantes Neves, de 21 anos, mora na região e conta que sempre vê esse tipo de cena, “praticamente todo dia”, afirma. Ele quem fez o registro dos animais mortos.
“Me preocupa muito (esse cenário), a proporção e frequência de animais mortos, a preocupação com o clima ou a possível ligação com a morte das aves”, completa. Para ele, a fumaça causada por incêndios pode ter ligação com a morte dos animais.
“Por aqui há muitos pássaros de várias espécies, até araras na região. Dá tristeza pela perda da fauna que sempre fez parte do cotidiano do bairro”, diz o estudante.
Realidade comum
Ele conta que é comum encontrar um ou dois pássaros mortos, “mas essa semana tinha mais de uma dúzia”, relata ao Midiamax.
Segundo ele, há 3 semanas a intensidade de aves mortas na região aumentou. Preocupado com o cenário, registrou o que pode e denunciou a situação.
“Não consegui encontrar mais aves, quando fui tirar as fotos a maioria se encontrava na rua. As duas fotos que fiz são de animais que estavam na calçada. Os da rua já estavam esfarelados”, relata.
Biólogo levanta hipóteses
Para o biólogo José Milton Longo, a hipótese de envenenamento das aves é uma possibilidade. “Se teve ação de controle de pombo, provavelmente teve contaminação cruzada”, afirma.
“Os animais já estão em estágio bem avançado de composição, né? Parece um bem-te-vi (na foto), aves generalistas, que poderiam, sim, comer esses alimentos envenenados destinados aos pombos”, completa o biólogo.
Já sobre a possibilidade de relação direta com a questão dos incêndios, o especialista acredita que essa hipótese é menos provável. A morte “centralizada” nesse bairro enfraquece a teoria de morte causada pela fumaça que cobre Campo Grande.
“Não consigo fazer uma relação com a questão climática somente localizado nesse ponto, que é no Coophavila. Se a gente tivesse alguma coisa acontecendo de forma generalizada, talvez pudesse ter alguma correlação, mas, creio que não”, argumenta.
Sendo assim, nesse caso, ele acredita que a morte das aves possa ser mesmo em decorrência de envenenamento.
Possibilidade de crime
“Também há a possibilidade de causas naturais, mas como as mortes estão concentradas e o morador relata que estão acima da média do que ele costuma ver, pode ser mesmo resultado de manejos inadequados, criminosos, de controle de pragas, sem um profissional habilitado fazendo”, esclarece o biólogo.
Segundo Milton Longo, o manejo de pombos realizado por profissional especializado não resultaria em mortes de outras espécies.
Ela ainda explica que esse tipo de manejo necessita de autorização especial e uma série de outros procedimentos para que seja realizado com segurança.
O Midiamax acionou o Imasul para saber se o caso será investigado e também a Solurb, para saber se as carcaças serão recolhidas. Esta reportagem ainda aguarda os retornos.
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