Militares venezuelanos negam existência de golpe de Estado e apoiam Maduro
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López. / Foto: EFE/Miguel Gutierrez

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, leu nesta terça-feira um comunicado em nome das Forças Armadas do país no qual estas rejeitam a existência de um golpe de Estado na nação sul-americana, como declarou o Legislativo, que é controlado pela oposição.

"Não aconteceu nenhum ato de força que obrigue a invocação do artigo 333 da Constituição. O parlamento quis realizar uma incitação à insubordinação ou sublevação", afirmou o titular de Defesa em uma declaração que foi transmitida pela emissora de televisão estatal.

Para Padrino, o parlamento, que decretou a suposta ruptura da Constituição do país após a suspensão do processo do referendo revogatório presidencial, quer "afetar gravemente a institucionalidade para derrubar o governo legitimamente constituído do senhor Nicolás Maduro".

O ministro ressaltou que a instituição militar é "estritamente profissional" e sem militância política. Por isso, reiterou a "incondicional lealdade" ao presidente.

O parlamento realizou uma sessão extraordinária no domingo, na qual, entre outras coisas, pediu que as Forças Armadas não obedecem as decisões e diretrizes dos poderes Judicial, Eleitoral e Executivo que sejam "contrárias à Constituição" ou "menosprezem os direitos" dos cidadãos.

Além disso, as Forças Armadas repudiaram o fato de o Legislativo tenha pedido à comunidade internacional contra Maduro, cuja situação como chefe de Estado está sendo "avaliada" hoje em nova sessão.

A maioria opositora da Assembleia Nacional, explicou o ministro, pede intervenção em "assuntos que só competem aos venezuelanos sob o fraco argumento de que representa uma alteração da ordem constitucional um suposto golpe de Estado que de modo algum foi realizado".

"Se pretenderem intervir no solo sagrado da pátria sob qualquer pretexto, eles se toparão com a ferrenha resistência dos filhos de Bolívar e de Chávez em sua irredutível disposição de defender com a vida cada espaço da geografia nacional e cada conquista social obtida", afirmou o ministro.