Maracaju: Orientações do Corpo de Bombeiros quanto as Férias Escolares

Corpo de Bombeiros Militar do Estado orienta para que as brincadeiras e o lazer neste período de férias escolares sejam aproveitados com segurança. A intenção é que as crianças se divirtam de forma sadia. Muitas crianças utilizam o tempo livre para soltar pipa, mas de maneira arriscada, com o uso do cerol (mistura cortante de cola com cacos de vidro moídos que, aplicada às linhas das pipas e papagaios, tem a finalidade de cortar a linha dos brinquedos de outras crianças).

O uso ou venda de cerol é proibido, mas há quem insista em utilizar o produto. O Corpo de Bombeiros ressalta o perigo em utilizá-lo, pois além do risco de ferir o próprio corpo há ameaças de machucar os indivíduos que estão ao redor. Os maiores riscos são os cortes causados pelas linhas.

Para que as férias escolares sejam marcadas apenas pela diversão da criançada é preciso que os pais ou adultos responsáveis comprometam-se e adotem medidas de segurança.

As crianças ainda não são capazes de estabelecerem um juízo crítico sobre o resultado de suas ações e acabam por se exporem ao perigo. Logo, o risco de acidentes torna-se iminente e qualquer descuido pode ser fatal.

Os acidentes neste período de férias escolares são a principal causa de mortes de crianças e adolescentes de 1 a 14 anos.

Portanto, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul orienta:

Dentro De Casa

Dentro de casa, os pequenos não devem ter acesso a eletrodomésticos, fósforos e isqueiros, inflamáveis, remédios, ferramentas, fogos de artifício e uso indevido de álcool.

Todos devem sempre se certificar que a chama do fogão está apagada. Muitas pessoas estão com as panelas no fogão e quando vão fazer outra tarefa doméstica, acabam esquecendo a chama acesa o que pode provocar um incêndio ou queimaduras nos pequenos. Uma ocorrência comum é falta de limpeza na válvula de escape da panela de pressão, que pode acabar entupindo e virando uma bomba porque a pressão não tem por onde sair e a panela acaba explodindo.

Outra orientação é para nunca deixar crianças pequenas sem vigilância próximas a pias, banheiras, piscinas e recipientes com água em geral. É sempre melhor guardar baldes e recipientes virados para baixo. Além disso, elas devem ficar longe de caixas de remédios ou brincar com objetos pequenos que podem ser ingeridos, causando asfixia ou risco de intoxicação. Mantenha os produtos em suas embalagens originais. Nunca coloque um produto tóxico em outra embalagem que não a sua, pois poderá ser confundido com algo sem perigo.

Facas, garfos, tesouras e outros objetos cortantes também não devem estar ao alcance das crianças. Para prevenir acidentes, as crianças não devem andar pela casa levando nas mãos copo, garrafa ou outro objeto de vidro.

Para garantir a segurança na piscina de casa, o cuidado deve ser com as grades e portão com cadeado, somente uma cerca viva em volta do local não é suficiente.

Outro acidente comum são as quedas de nível ou de mesmo nível (queda da própria altura). Para evitar essa incidência é recomendado que o responsável recolha brinquedos e outros objetos do piso. Os tapetes devem ser fixados com fita adesiva dupla-face ou forro de borracha antiderrapante. Se líquido for derramado ao chão, deve-se secá-lo imediatamente.

Verifique sempre o estado das instalações elétricas, fios desencapados podem ser muito perigosos. As tomadas devem estar protegidas por tampas apropriadas, esparadrapo, fita isolante ou mesmo cobertas por móveis. Evite usar benjamins ou extensões, muitos aparelhos ligados na mesma tomada podem causar sobrecarga e curto-circuito na fiação.

Outras dicas

  • Primeiro, a criança não pode ficar sozinha. Ela é curiosa, não reconhece o perigo e não tem medo. Por isso, precisa de um adulto supervisionando, orientando e cuidando o tempo todo;
  • Verifique se os brinquedos do parquinho estão em bom estado, com no máximo 1,5m de altura e um piso que amorteça a queda. Pode ser borracha, areia limpa ou grama fofa;
  • Evite a entrada das crianças na cozinha, principalmente que estiver fazendo alimentos quentes;
  • Guarde os produtos químicos e tóxicos, como medicamentos, saneantes e venenos, no alto e de preferência trancados;
  • Sempre utilize cadeirinha de segurança no carro do tio, da avó, do amigo e no próprio, mesmo nos pequenos trajetos;
  • Brincadeiras de empinar pipas e jogar bola, só em locais seguros e longe do trânsito e dos fios de alta tensão, como parques, praças e clubes;
  • Se for deixar em colônia de férias ou acampamentos, sempre verifique quais os cuidados que os monitores têm para prevenir acidentes, se são capacitados para os primeiros socorros e a quantidade máxima de crianças, que não deve passar de 15 por monitor.
  • Ao deixar a criança na banheira para pegar uma toalha: cerca de 10 segundos são suficientes para que a criança fique submersa;
  • Ao atender ao telefone: apenas 2 minutos são suficientes para que a criança submersa na banheira perca a consciência;
  • Sair para atender a porta da frente: uma criança submersa na banheira ou na piscina entre 4 a 6 minutos pode ficar com danos permanentes no cérebro.

Um adulto deve supervisionar de forma ativa e constante as crianças e adolescentes, onde houver água, mesmo que saibam nadar ou que os lugares sejam considerados rasos. Seguem algumas dicas para prevenir afogamentos com crianças:

  • Esvazie baldes, banheiras e piscinas infantis depois do uso e guarde-os sempre virados para baixo e longe do alcance das crianças;
  • Mantenha baldes com água no alto, longe do alcance das crianças;
  • Conserve a tampa do vaso sanitário fechada, se possível lacrada com algum dispositivo de segurança “à prova de criança” ou mantenha a porta do banheiro trancada;
  • Mantenha cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos trancados ou com alguma proteção que não permita “mergulhos”;
  • Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5 m que não possam ser escaladas e portões com cadeados ou trava de segurança que dificultem o acesso dos pequenos;
  • Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes. Esses recursos devem ser usados em conjunto com as cercas e a constante supervisão dos adultos;
  • Grande parte dos afogamentos com bebês acontece em banheiras. Na faixa etária até dois anos, até vasos sanitários e baldes podem ser perigosos. Nunca deixe as crianças, sem vigilância, próximas a pias, vasos sanitários, banheiras, baldes e recipientes com água;
  • Evite brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de água;
  • Saiba quais amigos ou vizinhos têm piscina em casa e quando levar a criança para visitá-los, certifique-se de que será supervisionada por um adulto enquanto brinca na água;
  • Boias e outros equipamentos infláveis passam uma falsa segurança. Eles podem estourar, virar a qualquer momento e ser levados pela correnteza. O ideal é que a criança use sempre um colete salva-vidas quando estiver em embarcações, próxima a rios, represas, mares, lagos e piscinas, e quando estiver praticando esportes aquáticos;
  • Crianças devem aprender a nadar com instrutores qualificados ou em escolas de natação especializadas. Se os pais ou responsáveis não sabem nadar, devem aprender também;
  • Muitos casos de afogamentos aconteceram com pessoas que achavam que sabiam nadar. Não superestime a habilidade de crianças e adolescentes;
  • No mar, a vala aparenta uma falsa calmaria, mas representa o local de maior correnteza que leva para o alto mar. Ensine a criança a nadar transversalmente à vala até conseguir escapar ou a pedir socorro imediatamente;
  • O rápido socorro é fundamental para o salvamento da criança que se afoga, pois a morte por asfixia pode ocorrer em apenas 5 minutos. Por isso é tão importante que pais, responsáveis, educadores e outras pessoas que cuidam de crianças aprendam técnicas de primeiros socorros;
  • Tenha um telefone próximo à área de lazer e o número do atendimento de emergência – Corpo de Bombeiros: 193
  • Sempre nadar com um companheiro. Nadar sozinho é muito perigoso;
  • Respeitar as placas de proibição nas praias, os guarda-vidas e verificar as condições das águas abertas;
  • Não brincar de empurrar, dar “caldo” dentro da água ou simular que está se afogando;
  • Saber ligar para um número de emergência e passar as informações de localização e do que está acontecendo em caso de perigo.

Algumas características do desenvolvimento contribuem para que crianças pequenas fiquem mais vulneráveis a afogamentos.

  • Diferentemente dos adultos, as partes mais pesadas do corpo da criança pequena são a cabeça e os membros superiores. Por isso, elas perdem facilmente o equilíbrio ao se inclinarem para frente e consequentemente podem se afogar em baldes ou vasos sanitários;
  • O processo de afogamento é acelerado pela pequena massa corporal da criança;
  • As crianças não têm maturidade, nem experiência para sair de uma situação de emergência;
  • Boa parte das crianças que se afogam em piscinas está em casa sob o cuidado dos responsáveis. Um mero descuido é suficiente para que ocorra um afogamento.

Prevenir os acidentes infantis é uma questão de informação e atenção de pais, educadores e responsáveis que zelam pela infância.