Filho disse à mãe que um terceiro colega também foi abusado e que os responsáveis da criança ainda não sabem.

Mãe que denunciou professor por estupro procura outras possíveis vítimas
Uma terceira vítima pode registrar ocorrência. / Foto: Ilustração/Wesley Ortiz

A mãe de um dos meninos de 9 anos, supostamente abusado por um professor de Inglês, em uma escola de tempo integral na Vila Carvalho, em Campo Grande, relatou ao TopMídiaNews que está à procura de outras vítimas. Ela garante haver mais alunos que sofreram abuso, sem que os pais saibam. Segundo ela, a escola quis abafar o caso e omitir das demais famílias.

O caso do filho dela foi o segundo boletim de ocorrência registrado contra o professor. A primeira denúncia foi realizada no dia 28 de outubro, quando uma mãe foi à delegacia informando que o filho, aluno do 4º ano, chegou em casa e contou estar sendo abusado pelo professor de inglês.

A denunciante alega que o primeiro caso foi levado a conhecimento da escola, que solicitou que não fosse replicado às demais famílias, mas quando a primeira criança contou que um colega sabia e poderia ser vítima, a primeira mãe a contactou.

"Ela sabia que nossos filhos eram amigos, então ela fez um bilhetinho com o telefone dela e pediu que o filho dela entregasse ao meu para que pudéssemos conversar. Quando ela me contou, eu imediatamente falei com meu filho, que contou também ser vítima dos abusos do professor", relatou a mãe.

Ainda segundo ela, o filho disse que, por medo, não contou antes, mas depois detalhou que o professor iniciou os abusos assim que entrou na escola para substituir outro profissional.

"Meu filho ainda citou no registro o nome de um terceiro colega que sofreu abuso e a família dele nem sabe. A escola pediu para a mãe do primeiro menino não contar sobre o caso e afastou o professor, mas isso é de uma tremenda falta de respeito com as demais famílias. As mães têm o direito de saber e tentar investigar com seus filhos se eles também sofreram abuso", desabafou.

A mãe ainda reclamou que a escola não deu apoio psicossocial aos alunos e pais e espera que algo seja feito. "Senti raiva, angústia, impotência. A gente manda nossos filhos para escola para aprender e eles voltam sendo vítimas daqueles que deveriam ensinar. Não recebemos um apoio, quiseram esconder da gente e eu espero que, através da mídia, outras famílias tenham acesso a esses casos e busquem saber sobre seus filhos", continuou

Entenda os casos

Duas mães procuraram a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) para denunciarem um professor, de 36 anos, suspeito de assediar alunos de 9 anos, de uma escola de tempo integral na Vila Carvalho.

A primeira denúncia foi realizada no dia 28 de outubro. Conforme os relatos, o professor, além de presentear constantemente o aluno, sempre próximo ao final da aula, chamava a criança até sua mesa a fim de atrasá-la em suas atividades e ficava conversando. No dia, o menino contou para a mãe que o autor tocava seu corpo.

Ainda de acordo com o relato da vítima, por diversas vezes, o autor cometia o abuso. Na saída, quando todos os alunos já haviam saído, o autor segurou a vítima pelos braços e tentou a puxar para dentro da sala vazia, ocasião em que a vítima conseguiu se desvencilhar e correr para seus pais, que o aguardavam na saída da escola.

Segunda vítima

Outra mãe compareceu à delegacia na sexta-feira (11), para realizar boletim de ocorrência contra o mesmo professor. A mãe conversou com seu filho que disse que o professor também teria passado a mão em seu corpo.

Durante a escuta especializada, o menor relatou que o professor de inglês pegava na frente e atrás em seu corpo (pênis e bunda) e em sua barriga e que isso acontecia todas as quintas-feiras, dia da aula de inglês.

O professor também fez com que ele sentasse em seu colo, mas isso aconteceu apenas uma vez e que também viu quando o professor pegou no seu amigo do primeiro registro e que também teria feito o mesmo com uma terceira vítima.

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou, por meio de nota oficial, que "após ter conhecimento do caso, afastou o professor em questão da Rede Municipal de Ensino" e que todas as medidas foram tomadas: "Cumpre esclarecer que o caso já é de conhecimento da escola e da Semed e todas as medidas foram tomadas para o atendimento socioemocional e psicológico dos alunos e das famílias."

A Secretaria indica também que "a unidade escolar e a Semed estão dando o suporte necessário para garantir o bem-estar dos alunos e seus familiares", e que "a Semed não tolera qualquer tipo de violência dentro e fora do ambiente escolar".