As principais operadoras do país, Vivo, Net, Oi e Claro, querem oferecer internet por meio de pacote de dados e não mais por velocidade. A mudança na oferta da internet fixa para franquia tem gerado polêmica nas redes sociais e decisão está sendo criticada nas ruas da Capital. Um abaixo-assinado online foi criado e já reúne mais de 400 mil assinaturas.
”Vão restringir nosso poder de escolha, nossa liberdade. Eu sou contra e acho essa decisão das operadores totalmente incorreta”, afirma o analista de sistemas, Jean Ricardo Moreno, 35.
Mesma opinião tem a promotora de eventos, Débora Damasceno, 30. “Vai ficar complicado com esse limite de dados. A vida da gente está baseada na internet. Quando ficamos sem internet no celular já é ruim, imagina se limitarem a nossa internet de casa”?, questiona.
A mudança foi autorizada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que considera benéfica a existência de franquias de dados na banda larga fixa, se praticada sob algumas regras. De acordo com a agência, as operadoras de internet precisam disponibilizar uma ferramenta para o consumidor acompanhar seu consumo pela internet. Além disso, as empresas precisam alertar quando o consumo da franquia se aproximar do limite contratado.
"Eu já acho que as operadoras não respeitam o plano que a gente pede, até parece que vão dá o suficiente. A internet já é lenta agora, imagina com esse limite? Elas querem ganhar dinheiro, isso sim", reclama a engenheira Maria Cecília da Silva, 32.
Petição online
Um abaixo-assinado online, criado pela Avaaz, especializado em campanhas desse tipo, já tem cerca de 500 mil assinaturas nesta quarta-feira (13). A intenção da petição é que o documento seja entregue as operadoras e aos orgãos Anatel e MPF (Ministério Publico Federal) demonstrando a insatisfação dos consumidores com o limite de dados na banda larga fixa.
Segundo o site, a coordenadora institucional do Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), Maria Inês Dolci, considera a mudança ilegal. “A Anatel não pode se omitir e aceitar essa mudança, porque o consumidor é quem vai sair perdendo”, cita.
A coordenadora cita o Marco Civil da Internet, que deixa claro que uma companhia só pode impedir o acesso de um cliente se este deixar de pagar a conta. Para ela, as operadoras estão aproveitando uma ‘brecha’ na legislação - que proíbe explicitamente o modo de cobrança por franquia - para obrigar o consumidor a pagar mais caro por um plano com um limite maior, mesmo que a qualidade da conexão ainda deixe a desejar em termos de estabilidade e velocidade.
Levando em conta que em uma família de quatro pessoas, todas tem um smartphone conectado a internet via Wifi, um computador, videogame ou tablet via cabo, não seria preciso muito esforço para ultrapassar a franquia. Afinal, todos os dispositivos consomem dados de internet simultaneamente.
“A gente já paga aquele preço para ter todos os serviço em casa. Pagar mais para conseguir fechar o mês com internet? Sou contra essa mudança para franquia imposto pelas operadoras”, diz o vendedor Jhonatan dos Santos, 24.
Para assinar a petição, clique aqui:
Campanha
O grupo no Facebook ‘Movimento Internet Sem Limite’, criado para se opor à implantação de franquias mensais de internet pelas operadoras, já recebeu cerca de 200 mil curtidas.
Em um cartaz, o grupo cita “Melhor para quem? Para o usuário que não é! Não aceite isso calado. Lute contra os limites. Reaja. Compartilhe”!
Olá, deixe seu comentário!Logar-se!