Ele liderava e coordenava intensa atividade de importação ilegal de mercadorias paraguaias para envio a São Paulo.

Líder de descaminho em MS é condenado a mais de 9 anos de prisão
Ele liderava e coordenava intensa atividade de importação ilegal de mercadorias paraguaias para envio a São Paulo. / Foto: André de Abreu

Um dos líderes de descaminho que atuava na região centro-sul do estado, foi condenado a 9 anos e 2 meses de prisão, pela 2ª Vara Federal de Dourados. Ele é acusado de chefiar organização criminosa especializada na importação ilegal de mercadorias e por falsidade ideológica.

Além da condenação, a Justiça também decretou o perdimento de 48 veículos que eram utilizados para transportar os produtos trazidos ilegalmente do Paraguai.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), em denúncia contra o réu feita em abril deste ano, inclui, dentre outras provas, mais de 30 processos administrativos instaurados na Receita Federal do Brasil, diversos inquéritos policiais e pelo menos quatro ações penais deflagradas contra por envolvimento direto na prática do crime de descaminho.

Segundo a investigação, o réu não tinha renda lícita e mesmo assim, nos anos de 2015 e 2021, ele movimentou mais de R$ 12 milhões  em créditos, e outros R$ 12 milhões em débitos as suas contas e de terceiros vinculadas a ele.

Ainda conforme a investigação, só na conta bancária da mãe do réu, transitaram mais de R$ 2 milhões e na conta de sua irmã, mais de R$ 10 milhões.

Organização Criminosa – O réu liderava grupo criminoso composto por, pelo menos, seis pessoas que atuavam de forma organizada realizando intensa logística para a importação ilegal de mercadorias em larga escala a partir de Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Após a aquisição na cidade paraguaia, os produtos eram transportados por freteiros até o município de Nova Alvorada do Sul (MS), onde era feita toda a gestão do material e armazenamento em diversos depósitos para em seguida serem enviados até São Paulo (SP) por meio de laranjas. 

Na capital paulistana, um membro da organização era o responsável pela entrega das mercadorias ao destinatário e pelo recebimento dos pagamentos, que eram posteriormente repassados às contas a ele vinculadas.

Falsidade ideológica – O réu também foi condenado pelo crime de falsidade ideológica. Para o transporte rodoviário, quase que diário, de um grande volume de produtos importados ilegalmente do Paraguai até o centro de comando da organização criminosa, em Nova Alvorada do Sul, ele dispunha de uma frota de veículos populares. Os automóveis, adquiridos por ele para essa finalidade e utilizados por freteiros contratados, não eram registrados em seu nome.