Motorista foi autuado por embriaguez ao volante e homicídio culposo. Menino de 8 anos atravessava rua em bicicleta sem freio no momento do acidente.

Juiz mantém prisão de professor que atropelou e matou garoto
Professor bêbado é preso por atropelar e matar garoto em Goiânia / Foto: Foto: Divulgação/Dict)

O professor e comerciante Cláudio Célio Ramos da Silva, de 44 anos, preso por atropelar e matar João Pedro Fernandes Passos, de 8 anos, passou por audiência de custódia e teve a prisão convertida em preventiva, em Goiânia, segundo o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). O motorista foi autuado por embriaguez ao volante e homicídio culposo, quando não há intenção de matar e segue detido.

A audiência ocorreu durante o plantão de domingo (20), em Goiânia. Segundo o advogado do motorista, Danilo Vasconcelos, seu cliente admitiu ter bebido vinho na hora do almoço, mas conta que esperou o álcool perder o afeito para, então, dirigir.

“Ele estava descendo na via preferencial, na velocidade correta, comprovado por testemunhas, mas a criança, infelizmente, atravessou a rua com uma bicicleta sem freio. Mesmo que não tivesse bebido no almoço, o acidente teria ocorrido da mesma forma. Ele esperou até 18h esperando para passar efeito do vinho”, disse ao G1.

Ainda conforme o advogado, a defesa deve pedir o habeas corpus do preso e espera que ele seja solto até o fim da semana. “Ele está muito transtornado, não consegue dormir por conta dessa tragédia. Infelizmente não conseguiu evitar o acidente porque criança passou na frente dele repentinamente”, alegou.
 
O acidente ocorreu na noite de sábado (19) em um cruzamento do Setor Jardim São José. A vítima, que mora com a avó, passava o final de semana com a mãe. Ele chegou a ser socorrido pelos bombeiros, que tentaram reanimá-lo por 1h, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

A mãe do garoto, Milena Fernandes Alves, desabafou durante o velório do filho, realizado no domingo, mesma data do sepultamento. “Acabou com a minha vida, destruiu meus sonhos. Arrancou um pedaço de mim", disse.

A aposentada Maria Fernandes, avó da vítima, também se mostrou muito abalada com a morte do neto. A idosa ressaltou várias qualidades do menino e lamentou a forma trágica como o acidente aconteceu.

"Era um menino muito bom, humilde carinhoso. Gostava de jogar bola na rua. Eu fiquei doida [quando soube do acidente]. Só sofrimento, levou um pedaço de mim", disse à TV Anhanguera.
 

Embriaguez
 
De acordo com informações da Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito de Goiânia (Dict), o motorista alegou que não viu o menino na bicicleta e que só sentiu o impacto em seu veículo, um Jeep Renegade.

Ele aceitou fazer o exame de alcoolemia, que acusou 0,42 miligramas de álcool por litro de ar expelido. Questionado, o professor alegou que havia tomado uma taça e meia de vinho quando ia almoçar, por volta de 12h30. Quando bateu, disse que seguia para um supermercado.

A delegada Adriana Fernandes Carvalho, que realizou o flagrante, disse que o condutor estava na via preferencial e que a perícia constatou que a bicicleta estava sem freios. No entanto, ela explica que esses fatores não atenuam a situação do motorista.

"O fato dele estar embriagado contribuiu para o acidente ocorrer. Se ele estivesse sóbrio, provavelmente poderia ter evitado a colisão", disse.