O governo sustenta que vai criar um corredor verde e ampliar em 11 hectares a proteção à vegetação do Parque. Ambientalistas discordam e alertam que o acordo vai resultar no comprometimento de grande parte da vegetação nativa do Parque dos Poderes.

Juiz dá 30 dias para Estado apresentar mapa de área desmatada no Parque dos Poderes
Juiz dá 30 dias para Estado apresentar mapa de área desmatada no Parque dos Poderes. / Foto: Reprodução

O juiz Areovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, coletivos e individuais homogêneos de Campo Grande, suspendeu, temporariamente, a apreciação dos termos do acordo sobre o desmatamento no Parque dos Poderes.

O juiz deu 30 dias para que o Estado providencie os mapas que tornarão mais claro o que de fato se pretende desmatar no Parque dos Poderes.

O governo sustenta que vai criar um corredor verde e ampliar em 11 hectares a proteção à vegetação do Parque. Ambientalistas discordam e alertam que o acordo vai resultar no comprometimento de grande parAmbientalistas discordam e alertate da vegetação nativa do Parque dos Poderes. 

Durante a audiência a advogada dos ambientalistas, Giselle Marques, questionou a falta do mapa que apresente a locação das áreas de preservação permanente a serem desmatadas, já que o acordo menciona que “se' tiverem áreas de proteção permanente só poderão ser desmatadas nas hipóteses do Código Florestal.


Outro ponto debatido foi a previsão de o Estado compensar o desmatamento eventualmente realizado nas áreas em que o acordo assim permite, “preferencialmente' dentro do Complexo dos Poderes.

“Precisamos que essa possibilidade seja na verdade uma obrigação, e não apenas uma faculdade, assim como a previsão da realização de audiências públicas, citadas no acordo como possíveis, mas não obrigatórias', sustentou Giselle.

O caso


O MPE chegou a um acordo com o Governo do Estado para autorizar a retirada de parte da vegetação. A expectativa é de que sejam retirados 2,5 hectares de cada um dos sete prédios públicos no Parque dos Poderes, sendo a maioria para ampliar estacionamento. A justificativa é de que os espaços são de interesse do serviço público estadual e necessárias à ampliação do centro politico-administrativo do Estado. Algumas áreas já são utilizadas e precisam de regularização. Segundo acordo, ficará proibido criar novas áreas de permissão de supressão arbórea, ainda que por lei. Além disso, a proteção de mais de 11 hectares de mata nativa, os quais eram passíveis de desmate considerando o regime trazido pela lei 5.237/2018, ficarão totalmente blindados de desmatamento, mesmo que a lei assim permita. No acordo também há previsão da obrigação de compensar o desmatamento eventualmente realizado nas áreas em que o acordo assim permite, preferencialmente dentro do Complexo dos Poderes ou em área próxima. Também há possibilidade de realização de audiência pública antes de autorizar o desmatamento nas áreas em que isso é possível, em função de que o IMASUL comunicará o Ministério Público para exame dessa medida.