Os itens fazem parte de edital para captar projetos de transferência de tecnologias para que sejam produzidos no País

Indústria nacional prioriza fabricação de 52 remédios
Produtos fabricados no País devem ser pelo menos 30% mais baratos. / Foto: Arquivo/Agência Brasil

Na sexta-feira (27), o Ministério da Saúde publicou a lista com 52 produtos prioritários para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Os itens fazem parte de edital para captar projetos de transferência de tecnologias para que sejam produzidos no País, pois todos esses são importados.

A ideia é atrair investimentos para o País e impulsionar a geração de empregos com a produção, além da queda dos custos de aquisição dos produtos pelo SUS. O contrato já prevê uma redução de 30% nos preços.

A partir da relação, as empresas nacionais deverão apresentar ao Ministério da Saúde propostas de parcerias para fabricação nacional.

Dois dos medicamentos mais caros para o SUS estão no roll: Sofosbuvir, utilizado para tratamento de hepatite C, e Eculizumabe, indicado para insuficiência renal. Juntos, eles demandam cerca de R$ 1 bilhão do orçamento da saúde por ano.

"Nós estamos agindo na direção de fortalecer o complexo industrial da saúde brasileira. A nossa expectativa é que, com a produção nacional, tenhamos R$ 6 bilhões de investimentos privados e mais de 7.500 mil empregos novos", enfatizou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Para a publicação da nova lista, o Ministério da Saúde considerou critérios como: produtos negligenciados, alta tecnologia, medicamentos de alto custo e produtos mais judicializados.

Também foi levado em consideração o atendimento às plataformas que estão inseridas na política do governo federal de incentivo ao Complexo Industrial da Saúde - biotecnologia, doenças raras, fitoterápicos, doenças negligenciadas, produtos para a saúde, hemoderivados, medicina nuclear e síntese química.

Dos 52 produtos prioritários para o SUS, 19 são medicamentos biológicos, 29 de síntese química, dois hemoderivados e um teste de diagnóstico para zika, dengue e chikungunya.

A expectativa é que, com as transferências de tecnologia, seja garantida a autossuficiência do mercado nacional, já que todos os medicamentos da lista são importados, além de atrair investimentos e gerar empregos.

Redução de preços
Antes mesmo da transferência total da tecnologia, as parcerias para o desenvolvimento produtivo geram uma economia de 30% no valor das importações. Isso porque o fabricante detentor da patente passa a fornecer o produto para o Brasil e para o laboratório público parceiro com desconto no preço praticado no mercado internacional.

E, ao longo do tempo, ele vai transferindo a tecnologia até que o produto passe a ser produzido totalmente fabricado no Brasil, implicando também em redução de 5% ao ano.

"Ele sai da venda do varejo e vai para o atacado. Depois que o governo incorpora esse medicamento na RENAME, e obviamente passando a ter a obrigação de distribuir a todos os brasileiros, a compra é em escala muito grande e, por isso, o preço fica menor. A média de redução de preços de produtos incorporados é de 75%", disse o ministro.

Incentivo
A produção de biológicos no Brasil, além de ampliar a assistência, impactaria diretamente no orçamento do Ministério da Saúde.

Isso porque, apesar de representar apenas 4% da quantidade distribuída pelo SUS, esses produtos consomem 51% do recurso disponível para a compra de medicamentos.