Indígenas que haviam ocupado área atrás do Residencial Monte Carlo em Dourados, avançaram para pequenas propriedades como o sítio Bom Futuro. Com isto mais de 150 índios ocuparam duas áreas em Dourados no último final de semana.

Além de ter a propriedade ocupada, as famílias ainda precisam pagar para ter o direito de ingressar na Justiça assegurado. Isto porque, segundo os moradores, apesar de conseguirem registrar o Boletim de Ocorrência, eles vão ter que pagar um advogado particular para ingressar com o pedido na Justiça.

De acordo com uma das proprietárias, Vanilda Alves Valentim, os moradores não encontraram respaldo nos órgãos públicos. "Procuramos a Defensoria Pública, que só pode disponibilizar vagas em maio. Procuramos Ministério público estadual e federal, polícia todos os órgãos que nos indicavam.

A resposta era sempre a de que todos estavam de mãos atadas e que a gente tinha que pagar um advogado para tentar voltar para a casa. Se conseguirmos, ainda vamos ter que arcar com os prejuízos causados nas moradias. Onde está o direito dos homens de bem, que trabalham para abastecer a mesa das família? Estamos abandonados pelo poder público", indaga emocionada.

Ontem Vanilda sequer conseguiu chegar em casa. Ela notou que a comunidade indígena avançou nas ocupações. Temendo atos de violência contra ela e os três filhos pequenos, resolveu usar de bom senso e dar meia volta antes de se aproximar. Ela acredita que a casa dela já esteja ocupada.

Na noite anterior ela, o esposo e os filhos saíram na madrugada até a casa de familiares. Ontem ela queria voltar para cuidar de animais que criava. "Nós decidimos sair porque houve uma tentativa de arrombamento. Além disso indígenas quebraram as janelas de casa com pedra. Com músicas de guerra e muita gritaria eles deixaram meus filhos aterrorizados", destaca.