
Lideranças indígenas da Reserva de Dourados estão alarmados com a insegurança nas aldeias Bororó e Jaguapiru. Tiroteios e atentados, cometidos por grupos rivais, vêm aterrorizando as famílias que se encontram encurraladas em meio aos confrontos.
Em entrevista esta manhã ao Jornal DouradosAgora, o guarani-nãndeva, Tibúrcio Fernandes de Oliveira, residente na Aldeia Bororó, afirma que a maioria repudia a violência que acirrou desde a ocupação de área onde vivem diversos sitiantes que, agora, computam prejuízos desde a invasão que começou dias atrás.
A situação é insustentável e deve piorar já que, conforme afirmam as lideranças, indígenas que estão ocupando a área teriam acionado pessoas de outras aldeias e, inclusive do Paraguai. Forasteiros que estão se aproveitando de tudo isso para garantir um pedaço de terra, dizem os indígenas, apreensivos.
Tibúrcio conta que a insegurança, que acomete sitiantes e donos de chácaras naquela região, também recai sobre a população indígena local. "Eu sai, ontem, para fazer compras na cidade, fui monitorado o tempo todo, como se fosse um bandido", diz o guarani.
Saqueadores não poupam nada, invadem propriedades de não índios e dos indígenas, nas aldeias Bororó e Jaguapiru, indistintamente. Em meio a tanta violência e tragédia anunciada, tentativa de homicídio virou rotina. Retaliações, também.
Isso ocorreu, ontem. Um homem de 46 anos, que fazia trilha com uma bicicleta, pela região da Perimetral, foi rendido depois de um indígena baleado na região ocupada. Ele foi cercado por cerca de 60 pessoas e impedido de transitar. Foi preciso acionar a Força Tática que mandou militares à área de confronto. A vítima, que apenas passava pelo trecho, foi liberada após o susto.
Durante entrevista hoje ao Jornal DouradosAgora, Valdenir Ribeiro Ramos, pastor evangélico e liderança na Reserva Indígena, disse que a população cobra segurança em tempo integral, nas aldeias. "Estamos vivendo clima de terror, a polícia precisa fazer alguma coisa", reclama.
Ontem, o capitão da Aldeia Bororó, Gaudêncio Benitez, o vice-capitão da Aldeia Jaguapirú, Silvio de Leão, e o presidente do Conselho Indígena da Aldeia Bororó, Silvano da Silva Duarte, registraram queixa junto à Delegacia da Polícia Federal de Dourados e o Ministério Público Federal.
Segundo eles, os forasteiros que estão agregados ao grupo que ocupou a área de sítios e chácaras, na Perimetral, vem adentrando a Reserva. Eles temem um 'banho de sangue'.
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