Índia ratifica acordo de Paris contra mudanças climáticas
Veículos passam perto do Palácio Presidencial em meio à poluição em Nova Deli, na Índia. A Organização Mundial de Saúde classificou Nova Deli como a cidade mais poluída do mundo em 2015 / Foto: Tsering Topgyal/AP

A Índia, o terceiro emissor mundial de gases de efeito estufa, ratificou neste domingo (2) o acordo de Paris sobre o clima, estabelecido na COP 21, anunciou o ministro indiano do Meio Ambiente.

Todo o procedimento ocorreu sem cerimônias. Com a ideia de cultivar sua imagem de governo ecologista, o poder Executivo do nacionalista hindu Narendra Modi escolheu a simbólica data de 2 de outubro, aniversário do nascimento de Mahatma Gandhi, para ratificar o acordo da COP21.

Modi afirmou, para explicar sua decisão, sua vida foi marcada pela pegada do carbono.

O pacto pretende manter o aumento médio das temperaturas "bem abaixo" dos 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais para lidar com o aquecimento global. Isso irá exigir um rompimento dramático com os combustíveis fósseis neste século como parte dos esforços para limitar ondas de calor, inundações, secas e a elevação dos mares.

Para que entre em vigor, o acordo, anunciado em dezembro de 2015, deve ser ratificado por, ao menos, 55 países que sejam responsáveis, como mínimo, de 55% das emissões de gases de efeito estufa.

Assim, com a Índia e seus 4,1% das emissões mundiais, um total de 62 países responsáveis por quase 52% das emissões totais, terão ratificado o acordo.

China e Estados Unidos, os dois países que mais contaminam, contribuíram para acelerar o processo ao assinarem o texto no início de setembro, durante uma cúpula na qual se reuniram os presidentes Xi Jinping e Barack Obama.

Países europeus também entraram em acordo
Os estados da União Europeia (UE) também concordaram nesta sexta-feira (30) com uma ratificação acelerada e conjunta do acordo de Paris contra as mudanças climáticas, garantindo apoio suficiente para que o pacto entre em vigor neste ano e encaminhe uma mudança radical da economia mundial que a distancie dos combustíveis fósseis.

O entendimento entre os ministros do Meio Ambiente de todos os 28 países-membros é um avanço político raro para a UE em um momento de discórdia a respeito da crise imigratória e de incerteza após o referendo de desfiliação do Reino Unido.