Sem diálogo para trabalhadores cederem a mobilização, próxima reunião está marcada para o dia 24 de janeiro.

Impasse da paralisação do transporte público depende da definição da tarifa
Terminal Guaicurus amanheceu vazio nesta quarta-feira (18), sem transporte coletivo funcionando. / Foto: Marcos Maluf

A paralisação do transporte coletiva em Campo Grande deve durar alguns dias. Motoristas aderiram à greve pela falta de reajuste salarial. Já o Consórcio Guaicurus, que administra o serviço, alega que não tem como garantir aumento sem a definição do valor da tarifa de ônibus para 2023. A próxima reunião do Conselho de Regulação para resolver o problema ficou para o dia 24 de janeiro.

Em nota divulgada pela Prefeitura, ficou claro que o município justifica que a questão do reajuste de salários é uma tratativa entre o Consórcio Guaicurus com os seus trabalhadores. “O reajuste da tarifa está sendo cautelosamente estudado, e o poder executivo tem feito todo o possível para continuar subsidiando as gratuidades para estudantes, idosos, pessoas com necessidades especiais e seus acompanhantes”, pontuou o município.

Em 2022, fruto do bom relacionamento da gestão municipal e Governo do Estado, também foi firmado um convênio no qual o Estado passou a contribuir com esses subsídios. Adicionalmente, em dezembro, o governo federal por intermédio da prefeitura, repassou verbas federais para o consórcio custear as gratuidades para idosos entre janeiro e outubro de 2022, com valores a repassar mensalmente para cobrir as gratuidades à medida que elas ocorrerem.

“Também com a clareza de que é preciso manter o equilíbrio e não aumentar de forma acentuada o valor da tarifa, foi aprovado na Câmara Municipal a isenção de ISS para o consórcio. As tratativas em relação ao reajuste da tarifa de ônibus para 2023 estão em andamento, o próximo passo será a discussão no dia 24/01 com o Conselho de Regulação que é formado por membros da sociedade civil e órgãos da administração pública, com quórum mínimo de 10 de membros, para discussão e análise de dados para revelar a tarifa que será entregue em relatório para avaliação do poder executivo”.

O conselho é formado por membros do CREA, OAB, SEMADUR, PLANURB, Conselho das Regiões Urbanas, AVICG, ASCCON, UMAM, CAU, Águas Guariroba, CTRCG, Solurb e Consórcio Guaicurus.

Já o Consórcio alega que vai aguardar a definição da tarifa para poder estabelecer o reajuste salarial. E também tenta na Justiça por fim à greve, considerada pelos empresários como ilegal. Nesta quarta-feira (18), nenhum ônibus saiu do pátio da empresa. Cerca de 120 mil usuários foram prejudicados com a falta do serviço.