Um idoso de 62 anos que mora em Costa Rica, aguarda há mais seis horas por uma vaga no HU (Hospital Universitário), em Campo Grande. O paciente em estado grave, está entubado dentro de uma ambulância estacionada na frente do Hospital e, mesmo tendo conseguido a senha de um leito, a direção da unidade diz que não pode recebê-lo, por causa da lotação.

De acordo com a secretária municipal de saúde de Costa Rica, Adriana Tobal, por volta de 12 horas deste domingo (21), a central de regulação estadual liberou uma vaga no HU para que o aposentado pudesse ser internado. Ela conta que a ambulância do município chegou em Campo Grande por volta das 16h30. Contudo, na recepção do Hospital, a equipe médica e os familiares do idoso foram informados de que ele não poderia ser recebido por falta de leitos.

“O paciente está entubado, dentro da ambulância, aguardando do lado de fora do hospital há quase seis horas. O único posicionamento que nos deram foi o de que o hospital estava lotado e não iriam receber, mesmo existindo a liberação prévia da vaga”, relata.

A secretaria pontua ainda que o quadro clínico do idoso é grave. "Ele está com insuficiência respiratória aguda, mieloma múltiplo e insuficiência renal crônica".

Ricardo Moreira, médico que acompanhou o aposentado durante a viagem, contou que além de não liberarem a internação, um dos seguranças do local pediu para que a ambulância fosse retirada da entrada, pois o cheiro de óleo diesel estaria “incomodando. “A ambulância precisa ficar ligada para que os equipamentos funcionem, devido a isso vieram pedir para que nos afastássemos por causa do cheiro do combustível”, afirma.

Diante do pedido, o médico solicitou que ao menos a área de uma sala fosse cedida para que os aparelhos pudessem ser ligados e o idoso colocado em uma maca. Porém, mesmo com a insistência não houve acordo.

“O que mais revolta é que nós tivemos uma senha liberada e eles simplesmente nos falam que não podemos descer com o paciente e nem nos redirecionam para outro lugar. Não posso simplesmente sair daqui. Estou lidando com uma vida”, desabafa.

Os dois filhos do aposentado estão neste momento em uma delegacia registrando um B.O (Boletim de Ocorrência). Por causa do horário avançado não conseguimos contato com o hospital.