Sob o slogan de ‘Nem Dilma, Nem Temer, Nova Eleição é a Solução’, a ex-senadora e presidenciável do Rede, Marina Silva, lança nesta terça-feira (5), em Brasília, um ato em defesa da antecipação das eleições para Presidência da República de outubro de 2018 para outubro de 2016, junto com o pleito municipal. A proposta divide a bancada sul-mato-grossense, que alerta para questões legais da ideia.

“É preciso discutir isso dentro do partido ainda, mas pessoalmente tenho posição favorável. Hoje o nosso povo já mostra ojeriza e verdadeira rejeição à presidente da República, quase da população 70% quer seu impeachment. E o atual quadro da linha sucessória não tem essa aceitação junto à população. Nada melhor que a antecipação”, defende o deputado federal Geraldo Resende (PSDB).

O ex-presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), aliado do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), chegou a defender no Senado que o Congresso Nacional construa uma proposta para a convocação de eleições presidenciais em 2016.

“Foi uma opinião pessoal e infeliz do senador Raupp. O partido tem que cumpri seu dever constitucional, que é, através do vice (Temer), assumir o governo do caso de acontecer a vacância, por renuncia ou pelo impeachment. Se o senador não está, o PMDB está preparado para o desafio. (a proposta) É diversionista e pretende tirar o foco do que tem que acontecer, que é o impeachment da presidente Dilma”, disparou o deputado federal Carlos Marun (PMDB).

 

Além de Marina e Raupp um grupo de pelo menos nove senadores do PSB, PPS e Rede, já se organiza para defender a apresentação de uma proposta legal de antecipação das eleições. O argumento é que esta seria uma saída pacífica e legítima para a situação política do país.

O deputado federal Elizeu Dionizio (PSDB), revela que na tarde de hoje, em Brasília, lideranças tucanas devem se reunir para tratar do assunto e marcar posição. O encontro deve acontecer concomitantemente ao ato de Marina.

“É um tema bastante complexo e que precisa ser muito bem avaliada toda aplicabilidade jurídica da questão. Não podemos deixar acontecer o que ocorreu em Campo Grande, quando, ao meu ver, o prefeito foi acertadamente cassado, mas retornou ao cargo. Quem sofre com isso é a cidade. Em esfera nacional, os prejuízos de cassar Dilma e ela voltar, seriam muito maiores”, explica Elizeu.

Já a senadora Simone Tebet (PMDB) se diz favorável a novas eleições, embora acredite que não há respaldo jurídico para tal ato, e revela que a ideia já é discutida há certo tempo no Congresso, fruto de um clamor popular favorável à saída da presidente Dilma.

 

“Acredito que é a tese ideal, porém precisa de cuidado com cláusulas específicas, com a Constituição. Não somos eleitos para modificar a constituição e sim para apresentar emendas a ela. Só vejo um caminho para que ocorram novas eleições, se de comum acordo, presidente e vice-presidente renunciem ao cargo”, finalizou a senadora sul-mato-grossense.