Seja parto normal ou cesariana, o que conta mesmo são as boas práticas.

Humanizar é respeitar o direito da mulher em escolher como será o nascimento do bebê

Apesar das 34 horas de trabalho de parto, a fisioterapeuta Rafaela Monteiro de Alencar Moura, 27 anos, trouxe a primeira filha ao mundo da maneira que sempre sonhou, através de um parto normal e humanizado.

As primeiras dores das contrações começaram leves e espaçadas. Era uma sexta-feira a tarde, dia 29 de janeiro de 2016. A bolsa ainda não tinha estourado, então, por orientação médica, ela permaneceu em casa. A doula começou a acompanhar o trabalho de parto à noite, quando as dores ficaram mais fortes.

No início da madrugada de sábado, Rafaela foi à maternidade para fazer o exame de dilatação e conferir os batimentos cardíacos do bebê.

"Estava com quase 3 centímetros de dilatação. Voltei às cinco horas da tarde e estava com cinco centímetros, mas a bolsa ainda não tinha estourado. Depois desse horário as contrações começaram a ser mais frequentes", lembra Rafaela.

Às 22h do sábado, 30 de janeiro de 2016, ela foi internada. "Não aguentava mais de dor, as contrações estavam ritmadas e com intensidade bem forte. Estava com 8 centímetros e cheguei aos 10 até rápido, mas a bebê não descia", conta Rafaela, que até chegou a pedir à médica que fizesse uma cesariana.

Mas com um pouquinho mais de paciência e carinho, não foi preciso que Rafaela desistisse do parto normal. Além do apoio do marido, que acompanhou as 34 horas de trabalho de parto, ela também contou com a condução da médica obstetra, que a tranquilizou dizendo que estava tudo bem e que logo ela teria a filha nos braços.

Mas neste momento, o trabalho de outra profissional também foi importante. A doula, que a acompanhava desde a noite do dia anterior, começou os procedimentos para ajudar o bebê a se posicionar dentro do ventre, como agachamento, subir e descer escadas e os exercícios com a bola.

Enfim, às 5h21 da manhã de domingo, dia 31 de janeiro de 2016, nasceu a pequena Manuela, com 3.230 quilos e 49,5 centímetros. "Foram muitas horas, já estava cansada, com medo, mas foi um momento lindo, a Manu nasceu no tempo dela, de forma natural. A única intervenção necessária foi para estourar a bolsa", relata Rafaela, que hoje vive a segunda gestação e se prepara para mais um parto normal.