A partir desta segunda-feira (18), o HRMS de Campo Grande só atende pacientes que chegarem por encaminhamento da Central de Regulação

A partir desta segunda-feira (18), o pronto socorro do HRMS (Hospital Regional de MS) não atende mais por demanda espontânea. Pacientes só entram na instituição se forem transferidos de outra unidade de saúde, como UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), ou transportados pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ou Corpo de Bombeiros, após encaminhamento da Central de Regulação.
Essa mudança é parte de uma grande reestruturação na saúde pública do Estado anunciada pela SES (Secretaria Estadual de Saúde) na última sexta-feira (15). A pasta justificou que este novo modelo de atendimento atende às diretrizes de descentralização do SUS (Sistema Único de Saúde), para garantir que o HRMS foque apenas em casos mais graves.
Na manhã de hoje, funcionários do pronto atendimento do Regional orientam que pacientes que forem ao local sem encaminhamento desloquem-se a uma UPA ou CRS (Centros Regionais de Saúde). “Ao procurar o HRMS para casos que podem ser atendidos nas UPAs e CRSs , você pode estar tirando a vaga de quem precisa de um atendimento urgente“, diz um panfleto distribuído na unidade
Na manhã desta segunda-feira (18), apenas familiares aguardando visita estavam na recepção do pronto socorro (Foto: Eliel Dias, Jornal Midiamax)
Mais pacientes nas UPAs e CRSs
Ainda conforme o panfleto entregue aos desavisados que procuram atendimento por demanda espontânea no Regional, as UPAs e CRSs cuidarão do quadro clínicos dos pacientes e encaminharão para o HRMS ou a outro hospital. O material também indica que o CRS Coophavila II e as UPAs Leblon, Aero Rancho e Universitário são as unidades de saúde 24h mais próximas do local.
Na quarta-feira (13), a UPA do Jardim Leblon, uma das indicadas pelo HRMS, teve reclamações de usuários sobre demora para serem atendidos e a confusão escalou ao ponto de a GCM (Guarda Civil Municipal) pedir reforço para conter os ânimos. Em nota enviada naquele dia, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) afirmou que a unidade está com a escala médica completa e que não há fichas com mais de quatro horas de espera.
O Jornal Midiamax perguntou à Sesau se essa mudança no HRMS pode gerar superlotação nas unidades do município e aguarda resposta.
Ampliação do HRMS
O Hospital Regional passará por obras de ampliação para aumentar a oferta de leitos, expandir o centro cirúrgico, a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e os espaços destinados ao atendimento de casos de alta complexidade.
Os atendimentos de alta complexidade em unidades próprias do Estado devem continuar centralizados no Hospital Regional, que carrega uma trajetória de 30 anos de experiência na área. No entanto, a estrutura atual apresenta sinais de deterioração e não pode ser devidamente reformada, pois isso implicaria no fechamento de leitos, deixando os pacientes desassistidos.
“Se eu fechar o leito, eu deixo alguém no corredor, na maca, eu deixo alguém desassistido. Então, ao invés de construir um outro hospital na cidade ou em algum outro local, o que demandaria todo um período de maturação, de amadurecimento, a ideia foi ‘vamos ampliar esse hospital’”, explica o secretário de Saúde do Estado Maurício Simões Corrêa.
E agora, onde procurar atendimento?
Atualmente, nenhum hospital público da Capital oferece pronto atendimento por demanda espontânea, apenas regulação. Em Campo Grande, existem quatro tipos de unidades de saúde municipais, que aceitam demanda espontânea: as UBSs (Unidades Básicas de Saúde), as UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família), as UPAs e os CRSs. Veja a diferença:
As UBSs e UBSFs são os chamados postos de saúde, o popular ‘postinho’. Lá, o usuário recebe atendimento para problemas de saúde do dia a dia, vacinação, consultas e exames de rotina, geralmente marcados com antecedência. Essas unidades fecham à noite e tem objetivo de atender a população sem que haja necessidade de encaminhamento para hospitais.
As UPAs e CRSs são para casos mais graves. Se houver urgência, como acidente, infarto, AVC (Acidente Vascular Cerebral), problemas inesperados ou de maior complexidade, que necessitem de atendimento imediato, o usuário deve procurar atendimento em uma dessas unidades de saúde.
Em Campo Grande, os atendimentos ocorrem nas seguintes UPAs: Cel. Antonino, Vila Almeida, Universitário, Moreninha, Leblon e Santa Mônica. Os CRSs são: Aero Rancho, Coophavilla II, Nova Bahia e Tiradentes.
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