Atuação estava direcionada a fraudar contratos; mandados foram cumpridos em Três Lagoas e Ipatinga, em Minas Gerais.

Grupo que deixou prejuízo de R$ 2,7 milhões aos Correios é investigado pela PF em MS
Contratos fraudados levou enorme prejuízo aos Correios. / Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Grupo que deixou um rombo milionário de R$ 2,7 milhões aos Correios é alvo de uma operação da Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (10), nomeada como 'Fake Tags', que investiga a fraude em contratos e comercialização de etiquetas para postagem de encomendas na plataforma 'Correios Fácil'.

Segundo divulgado pelo órgão, dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Três Lagoas e Ipatinga, no interior de Minas Gerais. Todos os documentos foram expedidos 9ª Vara da Justiça Federal em Caicó, no Rio Grande do Norte.

A investigação apontou que o organização criminosa oferecia serviços para pequenos negócios de e-commerce e eram atraídos pelas baixas tarifas cobradas, incompatíveis com os preços praticados no mercado pelos próprios Correios ou outras empresas de logística.

No Rio Grande do Norte, foi cometido grande fluxo da fraude por pequenos comerciantes das cidades de Serra Negra do Norte e Caicó, o que chamou a atenção da Área de Segurança Corporativa dos Correios que passou a monitorar a irregularidade e realizou a retenção de 215 objetos postais no centro de distribuição em Natal, com volume aproximado de 16m³ de mercadorias postadas de forma ilegal.

A colaboração dos Correios e as diligências realizadas durante a investigação permitiram identificar um suspeito em Três Lagoas, apontado como responsável pela formalização de ao menos três contratos fraudulentos elaborados a partir do uso de dados de empresas inexistentes.

As investigações também apontaram que uma mulher, residente em Ipatinga/MG, é suspeita de participação no crime e agia intermediando e promovendo a venda das etiquetas para pessoas em diversos pontos do país, enquanto que no RN foram identificados outros dois intermediários que vendiam as etiquetas fraudadas na cidade de Caicó.

Os levantamentos também identificaram diversos comerciantes que fizeram uso do artifício para diminuir o custo com frete e remeter seus produtos a clientes de outras partes do país. Assim, ao explorar a fraude, o grupo conseguia colocar mercadorias no fluxo postal e as faturas vinculadas aos contratos não eram pagas, restando prejuízo consolidado para os Correios.

Durante a investigação, a Polícia Federal conseguiu ainda vincular cerca de 69 contratos fraudados ao grupo investigado, os quais geraram um prejuízo para os Correios que supera R$ 2,7 milhões.

Os investigados responderão pelo crime de estelionato qualificado, cuja pena máxima pode ultrapassar seis anos de reclusão, além de multa.