O secretário da Casa Civil de Reinaldo Azambuja (PSDB), Sérgio de Paula, está tentando minimizar o mal-estar causado pela falta de controle sobre o PMDB na Assembleia. Sem nada a oferecer, já que a presidência é do grupo de André Puccinelli (PMDB), o PSDB está sendo obrigado a aceitar o revide do PMDB, que também montou bloco.

 Pelo regimento, quem tem maioria na Assembleia indica dois nomes para as comissões, que têm cinco representantes. Isso garante certo controle sobre análise de projetos, decisivos principalmente na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, por onde passam todos os projetos. Sem o controle dela, o governo pode ter problemas com aprovação de projetos.

Como o PMDB tem o maior número de deputados, o grupo de Azambuja decidiu montar um bloco, somando seus cinco integrantes a outros deputados. Isso lhe garantiria o direito de indicar dois. Todavia, o PMDB reagiu e também avisou que montaria um grupo.

 Sem conseguir impedir o PMDB, que já havia conseguido os dois aliados necessários, o chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula, preferiu dizer que o governo estava montando dois grupos, o que não se justifica.

Se o PMDB tivesse aceitado passivamente o bloco do PSDB, não teria criado outro.  Bastaria fazer a divisão normal do restante das vagas, deixando duas para o bloco do governo, uma para o PMDB, uma para o PT e a outra para o restante dos deputados.

Com o bloco e duas vagas nas comissões o PMDB dá o primeiro passo para garantir certa independência de Azambuja. Somados os votos de PMDB e PT, em eventual oposição, eles teriam três integrantes em cada comissão e Azambuja, com dois, teria dificuldade em passar projetos e aumentaria a dependência do PMDB, que hoje está na base, mas que pode mudar a qualquer momento.