Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e BNDES trabalham em política para impulsionar tecnologias de conexão entre máquinas.

 Governo pedirá opinião de estrangeiros sobre plano nacional de

Uma comitiva do governo federal vai circular entre os estrangeiros da maior evento de tecnologia móvel uma consulta pública sobre o medidas a integrarem o Plano Nacional de Internet das Coisas, ainda em gestação e que pretende criar estímulos para desenvolver a comunicação entre máquinas. Elaborado conjuntamente por Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES) e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o projeto deve ser lançado em setembro.
 

Internet das Coisas
 
Internet das Coisas é um nome pomposo para denomar a conexão via internet e outras formas de acesso entre dispositivos cotidianos, como eletrodomésticos, eletroeletrônicos, e até mesmo entre máquinas industriais.
 

Olho no investidor
 
A coleta de opiniões será feita por meio de questionários online em inglês e espanhol, durante o Mobile World Congress (MWC), que começa nesta segunda-feira (27) em Barcelona, na Espanha. O governo já elaborou uma consulta pública, que durou 60 dias e recebeu quase 2,3 mil contribuições.

Parte da delegação brasileira, o secretário de Política de Informática do MCTIC, Maximiliano Martinhão, explica qual o objetivo da iniciativa: “A gente não quer atrair investimentos? Não é importante a gente formar parcerias, para que possa a partir do Brasil desenvolver serviços para o mundo? Mais do que isso. O sistema de comunicações, a internet, a internet não é local, a internet é uma rede mundial. A gente precisa ouvir se a gente quiser atrair investimento e gerar oportunidade de desenvolvimento econômico para o Brasil”. O ministro Gilberto Kassab também irá à Espanha.
 

O plano
 
Para balizar as medidas que comporão o plano, a consultoria McKinsey, o escritório Pereira Neto Macedo Advogados e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD).

Eles trabalham em um estudo ao custo de R$ 17,4 milhões para mapear as oportunidades que podem ser geradas pela Internet das Coisas (IoT) e o potencial do Brasil. Um dado preliminar dessa análise dá conta de que a IoT vai gerar entre US$ 4 trilhões e US$ 11 trilhões em 2025. "A gente imagina que uma parte disso é o mercado local brasileiro", comenta o secretário. "Mas precisamos ter uma estratégia, que leva em conta nossa realidade. Temos que identificar nossa vocação e os setores estratégicos para o Brasil."

Na semana passada, a Câmara Brasileira de Internet das Coisas, um órgão multissetorial formado por governo, academia, sociedade civil e empresas, aprovou as diretrizes em torno da qual o plano será construído.
 
Até setembro, para quando o secretário prevê a apresentação do plano, MCTIC e BNDES avaliarão se a nova política trará mudanças regulatórias, alterações na infraestrutura de conectividade brasileira, ações para formação de mão-de-obra especializada, mecanismos de incentivos financeiro e como será a estratégia de internacionalização da tecnologia criada.
 

Dados pessoais
 
Os dois órgãos analisarão quais são as oportunidades para a IoT dentro de 12 setores econômicos chave: aeroespacial, automotivo, agricultura, cidades inteligentes, logística, manufatura, mineração, petróleo e gás, saúde, setor público, serviços financeiros e varejo.

Também serão levadas em conta se o horizonte legislativo brasileiro já contempla as futuras inovações ou se tem de ser aprimorado. "Como a Internet das Coisas vai coletar dados que precisam ser preservados, precisa fazer balanço entre inovação e a privacidade das pessoas", explica Martinhão. O Congresso já analisa a questão. Atualmente, tramitam dois projetos de lei sobre proteção de dados pessoais. Um na Câmara, de iniciativa do Ministério da Justiça; outro no Senado, de autoria do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).