Zavala ressaltou que é preciso aumentar a diversidade da produção, impulsionando, por exemplo, a produção de frutas, setor que gera empregos, fomenta hábitos alimentares mais saudáveis e contribui para a manutenção da biodiversidade.

FAO defende impulso a sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis no Brasil
Agricultores familiares de Minas Gerais. / Foto: Imprensa MG/Carlos Alberto

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) pretende ampliar o incentivo a alimentos saudáveis e a sistemas alimentares sustentáveis nos próximos anos no Brasil, disse na semana passada (6) o representante da organização no país, Rafael Zavala, durante o 7º Fórum de Agricultura da América do Sul, em Curitiba (PR).

Zavala ressaltou que é preciso aumentar a diversidade da produção, impulsionando, por exemplo, a produção de frutas, setor que gera empregos, fomenta hábitos alimentares mais saudáveis e contribui para a manutenção da biodiversidade.

"O mercado exigirá menos suco de laranja e mais diversidade, o que vai incluir sucos detox e açaí, por exemplo. Se beneficiam disso os pequenos agricultores e as cooperativas", disse durante sua palestra.

"Alinhar o comportamento dos consumidores pelas políticas públicas é fundamental. Ainda há muito o que fazer para gerar alimentos sustentáveis em todos os setores", declarou.

Ele lembrou que a agricultura familiar é um setor que vem crescendo em produção, gerando 35% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e absorvendo 40% da mão de obra da população economicamente ativa.

São mais de 12 milhões de pessoas atuando na agricultura familiar do Norte ao Sul do país, em propriedades gerenciadas por pais, mães e filhos, de acordo com a FAO.

"Segurança e soberania alimentar estão cada vez menos antagônicas, entendeu-se que é preciso aceitar todos os atores dentro do sistema para promover o desenvolvimento sustentável ", disse Zavala.

Também palestrante no painel, o secretário de agricultura e abastecimento de Curitiba, Luiz Gusi, lembrou desafios particulares do município e de sua região metropolitana no âmbito da agricultura familiar.

Ele destacou para os próximos anos a construção de polos de produtos regionais, que agreguem valor a produtos que possam promover acesso ao mercado.

O principal caso curitibano é a tangerina ponkan, produto que tem registrado crescimento e vem se firmando como um polo para a pequena produção.

O fórum também contou com a participação do diretor da Divisão Agrícola e de Commodities da Organização Mundial do Comércio (OMC), Edwini Kessie; da economista franco-britânica Emily Rees, ex-adida da França no Brasil; de Warren Preston, economista do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).