Filhos relatam momento de dor com ausência de finalização do inquérito sobre a morte do pai

A família de Jorginho Avalo, que faleceu na região do Touro Morto, pantanal sul-mato-grossense, atacado por uma onça, ressaltou que segue de luto e sem respostas por perder uma pessoa tão querida, “pai e amigo”. A família aguarda a conclusão do inquérito, mais de dois meses após o episódio.
A advogada que representa a família, Elaine Tiburcio, relatou ao Jornal Midiamax que os filhos vivem um momento de dor, principalmente, pela perda abrupta do pai. Em nota, eles rebatem a afirmação do presidente do IHP (Instituto do Homem Pantaneiro), Ângelo Rabelo, que aponta que Jorginho tinha uma ‘relação promíscua’ com a onça.
“Viemos por meio desta nota, em respeito a memória do nosso pai, informar que a Polícia Civil de Aquidauana/MS, responsável pelo inquérito e investigação acerca de sua morte, não concluiu a investigação, não sendo possível afirmar neste momento que havia ceva e, se esta ocorria, qual a sua motivação. Assim, diante da ausência de conclusão dos trabalhos policiais investigativos, é importante destacar que é precoce afirmar o que ocorreu, o que somente será possível após a conclusão do nobre trabalho técnico da polícia responsável pela investigação”, ressalta.
Jorginho deixou quatro filhos, segundo a advogada.
Onde vive Irapuã, a onça responsável pelo ataque?
Onça pouco antes de deixar o Cras em Campo Grande. (Saul Schramm, Secom)
Por outro lado, um mês depois do ataque, a onça acusada de matar Jorginho passou a viver em um cativeiro fora de Mato Grosso do Sul e até ganhou um nome: Irapuã. Transferido de Campo Grande (MS) para o Instituto Ampara Animal, em São Paulo, o animal foi batizado assim que chegou ao cativeiro.
De acordo com o instituto que acolheu o macho de aproximadamente 9 anos, Irapuã foi o nome escolhido, pois, em tupi-guarani, significa agilidade e força — características triviais do felino.
Desde o dia 16 de maio, a onça vive em um recinto só para ela, adaptado a todas as suas necessidades. Segundo a ONG, o local deverá ser sua morada permanente até o fim da vida, onde ela contribuirá para programas de conservação da espécie em longo prazo.
“Trata‑se de um indivíduo que já não reage com o instinto de fuga típico da espécie; isso torna sua soltura um processo mais complexo e arriscado, tanto para ele quanto para as pessoas”, explica o médico‑veterinário Jorge Salomão Jr., responsável técnico pelo mantenedor de fauna do Instituto Ampara Animal.
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