Com as verduras também funciona o dito popular 'tudo que é demais faz mal', principalmente no período de chuvas. O tempo chuvoso em Mato Grosso do Sul tem influenciado diretamente no quesito qualidade das hortaliças e logo em seguida, no preço.

Para os legumes e verduras as perdas e a alta nos preços são de 25% a 35% no verão. O coordenador da Central de Abastecimento (Ceasa) Cristiano Chaves explica que com as chuvas, as folhosas como o alface, por exemplo, não ficam bonitas. “O miolo está atraente, mas as pontas estão bem amareladas, a qualidade está baixa e o produto é pequeno”, comenta Cristiano.

A berinjela e o pimentão podem ficar manchados, o que caracteriza doença e deformação do alimento. “ A presença de água em cima do fruto e a exposição permite a penetração de fungos”, explica o engenheiro agrônomo Dirson Freitas.

Por causa da chuva em excesso, cai a produção de alguns alimentos e isso reflete direto nas bancas da Ceasa-MS e depois para os comerciantes nas vendas. O vendedor Ernesto Xavier lamenta a falta de algumas verduras e legumes. “Falta vagem, abobrinha e outras mercadorias, dai o preço sobe e só pedindo pro Santo fechar as torneiras e diminuir as chuvas”, finaliza com bom humor.

Quando os tomates são vendidos verdes ou a batata está menor, pode ser um indicativo de que a colheita foi antecipada para evitar perdas.

A cabeleireira Rosimeire Taveira Rodrigues afirma que para garantir uma boa compra é preciso acordar cedo e pesquisar os preços ou substituir alguns alimentos. É o caso da proprietária de um restaurante na capital sul-mato-grossense, Valentina Tomiatti Moreira.

No comércio de Valentina, a batata tem sido substituída pela mandioca, por maxixe ou por abóbora. “ Existem várias qualidades de abóbora então a gente varia” afirma.