Ele estava em sua frutaria quando os pistoleiros chegaram e tentou a correr, mas foi alcançado e atingido por vários tiros.

Ex-sócio de Beira-Mar que operava na fronteira de MS é executado no Sul
Ney Machado em rara foto, quando chegava para audiência em Passo Fundo, em 2005. / Foto: GauchaZH

Considerado uma lenda do tráfico de drogas, o gaúcho Ney Machado, o “Pitoco”, morreu nesta terça-feira (10) em Passo Fundo (RS), horas depois de ser baleado. Ele estava em sua frutaria quando os pistoleiros chegaram e tentou a correr, mas foi alcançado e atingido por vários tiros.

Ney Machado foi sócio do narcotraficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e entre o fim dos anos 90 e início dos anos 2000 operou na linha internacional formada por Capitán Bado (Paraguai) e Coronel Sapucaia (MS).

Ex-patrão do CTG (Centro de Tradições Gaúchas) de Passo Fundo, Ney Machado abandonou a cultura rio-grandense para se tornar patrão do tráfico e se tornou o principal fornecedor de drogas no Rio Grande do Sul.

Em 1996, com prisão decretada por tráfico, “Pitoco” fugiu para o Paraguai e se refugiou na fronteira com Mato Grosso do Sul. De 1999 a 2000, ele ficou baseado em Capitán Bado, de onde operava a remessa de droga e de armas a serviço da organização de Beira-Mar.

Nessa época, o traficante carioca estava escondido na Colômbia, de onde a cocaína vinha de avião até o Paraguai e depois seguia por terra para os estados do Sul.

Depois de um tempo na fronteira, Ney Machado fugiu para a Colômbia, onde foi preso em fevereiro de 2001. Em 2005, foi extraditado para o Brasil, ficou preso até 2010 quando saiu em liberdade condicional.

Ney Machado deixou a fronteira Paraguai-MS pouco tempo antes de Fernandinho Beira-Mar mandar eliminar os irmãos Ramon e Mauro Morel, então seus sócios no comércio de drogas.

Os dois e um segurança foram executados em Capitán Bado no dia 13 de janeiro de 2001. Foragido na Colômbia, Beira-Mar deu entrevista para a um jornalista do Paraguai, confessou ter mandado matar os irmãos Morel e disse que tinha grande respeito pelo pai das vítimas, o patriarca do clã, João Morel.

Uma semana depois, João Morel, que estava preso desde 2000, foi morto a facadas por colega de cela na Máxima de Campo Grande. O preso confessou ter agido sozinho, mas em 2009, Beira-Mar foi condenado a 15 anos como mandante do crime.  Atualmente, o carioca está no Presídio Federal em Campo Grande.