Criado há 16 anos durante intervenção para o fim de favelas em Campo Grande, o Parque Ecológico Anhanduí é endereço de calmaria, com silêncio, portão fechado e buritis na região mais populosa da cidade.

Com a função de auxiliar no combate às enchentes, o local, no bairro Guanandi, já teve momentos mais movimentados. Mas uma reforma em maio do ano passado reduziu o estacionamento após denúncias de algazarra, uso de drogas e prostituição.

“É uma área de fuga, de escape para evitar enchente. Principalmente em Campo Grande, que tem muita impermeabilização do solo. A vereda é uma área importante de penetração de água, evita que seja levada ao fundo de vale. A área de vereda absorve essas águas”, afirma o biólogo e doutor em Ecologia José Milton Longo. A área envolve o rio Anhanduí, o principal curso d'água da cidade.

Considerada a primeira unidade urbana municipal de preservação de Campo Grande, o local tem pouco uso. Contudo, poderia abrigar turismo contemplativo e programa de educação ambiental.

Porém, a situação verificada no último dia 27 foi portão fechado ao público. Desta forma, o parque é opção de caminhada na área externa. Mas, nos horários da manhã e fim de tarde, enquanto os outros parques lotam, são poucos a caminhar pelas calçadas do entorno.

Aos sábados, o estacionamento e área administrativa recebem projeto do grupo de escoteiros Atalaia do Pantanal 5º MS. De acordo com o voluntário Lucas Antunes de Morais, crianças e adolescentes participam de atividades no pátio.

"Volta e meia tem algum bicho passando por lá. Paca, lagarto. Mas retiram os bichos para o fundo. É uma área de preservação e entendemos isso", afirma. No Facebook, a página “Parque Ecológico Anhanduí” mostra a beleza de fauna e flora.