Ministério Público recorreu do julgamento anterior, pois entende que seria necessário a qualificadora de feminicídio.

O ex-militar da Aeronáutica, Tamerson Ribeiro Lima de Souza, de 32 anos, passará novamente por um julgamento, quase um ano após receber sua condenação de mais de 20 anos, pela morte de Natalin Nara Garcia, de 22 anos, em fevereiro de 2022, em Campo Grande.
A nova data escolhida para julgamento é o dia 24 de novembro deste ano e voltará para o 2° Vara do Tribunal do Júri.
O Ministério Público, que ofereceu a denúncia sobre o caso, recorreu da decisão, pois entendeu que seria necessário julgar o ex-militar pelo crime de feminicídio e não homicídio qualificado, como aconteceu no ano passado.
Dessa forma, o pedido era para que se anulasse a atual condenação e fosse feito um novo julgamento, dessa vez, com a qualificadora de feminicídio. O pedido aconteceu após o Conselho de Sentença afastar a tese de feminicídio, como indicou o texto publicado no Diário da Justiça em agosto deste ano.
"É o que ocorre nos autos, onde os jurados afastaram a qualificadora do feminicídio, contrariando todo o contexto probatório do feito, que comprovou a existência de relacionamento afetivo entre as partes, o cometimento do crime no âmbito doméstico e a relação fática-causal do delito com assuntos ligados à vida conjugal, em clara hipótese de violência doméstica e familiar contra a mulher, envolvendo situação de menosprezo e discriminação à ofendida, elementos aptos a consubstanciar a qualificadora objetiva relacionada às razões do sexo feminino".
O pedido foi aceito de maneira unânime pela 2ª Vara Criminal.
Relembre o caso
Natalin foi morta no dia 4 de fevereiro deste ano. Ele matou a mulher com um golpe de mata-leão e disse que não aguentava mais viver casado. Tamerson enrolou o corpo em um lençol e colocou no porta-malas de um carro.
Em seguida, ele desovou às margens da BR-060, em Campo Grande. O funcionário de uma fazenda encontrou o cadáver e acionou a polícia.
Após a identificação da vítima, os policiais foram até a casa e encontraram Tamerson e a criança. Ele mentiu que Natalin teria ido embora de casa.
Já a filha de Natalin disse que a mãe “passou mal e morreu”. A menina mostrou onde estava o aparelho celular da vítima e disse que viu ‘o papai chorando’.
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