Levantamento feito pelo Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) na última semana de abril apurou que a estiagem agrícola já chega a 30 dias em algumas regiões de Mato Grosso do Sul e essa condição reduz o potencial produtivo do milho segunda safra 2020/2021.

 Estiagem agrícola completa um mês em regiões de MS e afeta o milho

Levantamento feito pelo Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) na última semana de abril apurou que a estiagem agrícola já chega a 30 dias em algumas regiões de Mato Grosso do Sul e essa condição reduz o potencial produtivo do milho segunda safra 2020/2021.

Segundo o mais recente boletim Casa Rural, a preocupação dos produtores é quanto ao clima, já que “a semana passada foi marcada por pancadas isoladas de chuva em alguns municípios” e “o desenvolvimento do milho está sendo prejudicado gradativamente devido à falta de chuva nas regiões produtoras”.

Divulgado pela Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja) e pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), o documento detalha que apenas 13% das lavouras do Estado estão em boas condições. A maior parte, 83%, é classificada como regular, e 4% ruins. 

O Siga-MS pontua que para um cultivo ser classificado como ruim “deve apresentar diversos critérios negativos, como alta infestação pragas (plantas daninhas, pragas e doenças) ou falhas de stand, desfolhas, enrolamento de folhas, amarelamento precoce das plantas, dentre outros defeitos que causem elevada perda de potencial produtivo”. Já a classificação “regular” diz respeito às plantas que apresentam poucos danos causados por pragas, stand razoável e pequenos amarelamentos das plantas em desenvolvimento. O cultivo bom não apresenta nenhuma das características negativas já mencionadas, “possuindo plantas viçosas e que garantem uma boa produtividade”. 

Nesta safra o agronegócio sul-mato-grossense semeou 2,003 milhões de hectares e apesar das adversidades climáticas o setor ainda mantém estimativa de produtividade média de 75 sacas por hectare, com produção projetada em 9,013 milhões de toneladas.

Série histórica 

Com as incertezas provocadas pelo clima adverso, as estimativas do agronegócio sul-mato-grossense já são inferiores aos resultados obtidos na maioria das safras catalogadas na série histórica com início em 2013/2014.

Nesse período, o ciclo 2015/2016 foi o pior, com 6,097 milhões de toneladas colhidas nos 1,74 milhão de hectares cultivados, com produtividade média de 58,4 sacas por hectare.  

Nas safras mais recentes, porém, os resultados foram expressivos. No ciclo 2018/2019 Mato Grosso do Sul plantou 2,173 milhões de hectares, colheu 93,23 sacas por hectare e produziu 12,157 milhões de toneladas, e em 2019/2020 cultivou 1,895 milhão de hectares, nos quais obteve produtividade média de 93,40 sacas por hectare e produção total de 10,618 milhões de toneladas.