Especialistas atribuem o aumento dos óbitos no mês de janeiro à alta circulação da variante Ômicron da Covid-19 e da cepa Darwin da influenza H3N2.

Estado registra um aumento de 55% em mortes por pneumonia
Estado registra um aumento de 55% em mortes por pneumonia / Foto: Reprodução/ Pixabay

Mato Grosso do Sul registrou aumento de 55% das mortes por pneumonia em janeiro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Conforme dados dos cartórios de registro civil do Estado, 190 pessoas faleceram em MS por inflamação nos pulmões no primeiro mês do ano de 2021.

Ao passo que em janeiro de 2022, 295 sul-mato-grossenses morreram em decorrência do quadro infeccioso. Em 2020, antes da pandemia, foram 230 mortes pela doença.

Ao Correio do Estado, a infectologista Mariana Croda explicou que este crescimento no número de mortes está relacionado ao aumento exponencial de casos de Covid-19 e de H3N2.

“A alta circulação dos vírus respiratórios em um mês fora do inverno fez essa média subir. Esperamos ter mais doenças respiratórias nos meses mais frios do ano”, salientou a infectologista.

No Estado, em janeiro deste ano foram contabilizados 42,5 mil casos de Covid-19, 15,3 mil a mais do que no mesmo período de 2021, que contou com 27.260 casos da doença. Em relação à gripe, 387 sul-mato-grossenses contraíram influenza de 21 de dezembro a 31 de janeiro de 2022, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Para o pneumologista Ronaldo Queiroz, o surto de gripe que foi responsável por elevar os casos da doença ao estágio de epidemia no Estado foi um fator determinante para o aumento de mortes por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), além da forte circulação da Ômicron.

“As doenças respiratórias como gripes e resfriados e as crises podem ser um agravante em pacientes portadores de asma e rinite, por exemplo. Os grupos mais vulneráveis são as crianças e os idosos, especialmente os portadores de comorbidades”, salientou Queiroz.

Dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) apontam que os números de óbitos registrados pelos Cartórios do Mato Grosso do Sul estão relacionados ao crescimento de mortes por doenças do coração.

Em janeiro deste ano na comparação com o primeiro mês do ano passado, o crescimento foi de 30% nas mortes por acidente vascular cerebral (AVC), infarto (3%) e causas cardiovasculares inespecíficas (10%).

Também houve crescimento nas mortes por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) (62%) e indeterminada (100%). Já os óbitos por Covid-19 tiveram redução de 68% no período.

“Os números dos cartórios mostram que, em tempos de incertezas, como o da Covid-19, pode crescer o número de outras doenças, como no caso da pneumonia e a SRAG”, destacou o presidente da Arpen-MS, Marcos Roza.

BOLETIM

Dados do boletim epidemiológico, divulgados SES, apontam que 3.420 pessoas testaram positivo para a Covid-19 nas últimas 24 horas, em Mato Grosso do Sul.

O Estado chega a 484.775 infectados pela doença desde o início da pandemia e 10.213 mortes.

Fevereiro ainda nem acabou e já é o mês com mais testes positivos de toda a pandemia, com 50 mil casos de Covid-19. Até ontem, 347 pessoas estavam hospitalizadas em razão da Covid-19, em que 186 estão em leitos clínicos e 161 em UTIs.

SAIBA

Em janeiro de 2022, foram registrados 1.680 óbitos em Mato Grosso do Sul, uma queda de 2,59% em relação a 2021, que registrou 1.805 mortes no mês.