As entidades dizem ainda que "o Brasil é muito maior e melhor do que a imagem que temos projetado ao mundo" e que isso está custando caro e levará tempo para reverter.

Entidades do agronegócio publicam carta em defesa da democracia

Representantes do agronegócio publicaram nesta segunda-feira, dia 30 de agosto, uma nota em defesa da democracia no Brasil.

Na nota, as entidades tornam pública a preocupação com os atuais desafios à harmonia político-institucional e, como consequência, à estabilidade econômica e social do país. "Cumprimos o dever de nos juntar a muitas outras vozes responsáveis, em chamamento a que nossas lideranças se mostrem à altura do Brasil", diz o texto.

 
Ainda nesta segunda, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) suspendeu a divulgação de um manifesto onde faria críticas à crise institucional entre os poderes Executivo e Judiciário.

A nota das entidades do agro diz que "a Constituição de 1988 definiu o Estado Democrático de Direito no âmbito do qual escolhemos viver e construir o Brasil com que sonhamos". Cita mais de três décadas de liberdade e pluralismo, com alternância de poder em eleições legítimas e frequentes.

De acordo com o manifesto, as amplas cadeias produtivas e setores econômicos precisam de estabilidade, segurança jurídica, de harmonia para poder trabalhar, de liberdade para empreender, gerar e compartilhar riqueza, para contratar e comercializar, no Brasil e no exterior.

As entidades afirmam que "é o estado democrático de direito que assegura a liberdade empreendedora essencial numa economia capitalista".

O documento alerta que, como uma das maiores economias do planeta, um dos países mais importantes do mundo, sob qualquer aspecto, "o Brasil não pode se apresentar à comunidade das nações como uma sociedade permanentemente tensionada em crises intermináveis ou em risco de retrocessos e rupturas institucionais".

As entidades dizem ainda que "o Brasil é muito maior e melhor do que a imagem que temos projetado ao mundo" e que isso está custando caro e levará tempo para reverter.

Assinam o texto a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira dos Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma), Associação Brasileira dos Industriais de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), CropLife Brasil, Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg).

Leia a íntegra da nota:

"As entidades associativas abaixo assinadas tornam pública sua preocupação com os atuais desafios à harmonia político-institucional e, como consequência, à estabilidade econômica e social em nosso país. Somos responsáveis pela geração de milhões de empregos, por forte participação na balança comercial e como base arrecadatória expressiva de tributos públicos. Assim, em nome de nossos setores, cumprimos o dever de nos juntar a muitas outras vozes responsáveis, em chamamento a que nossas lideranças se mostrem à altura do Brasil e de sua história agora prestes a celebrar o bicentenário da Independência.